Três civis mortos e dezenas de feridos em dia de protesto em Moçambique. As mortes dos civis ocorreram em Maputo. A informação foi avançada à RDP-África pela Plataforma DECIDE, uma organização da sociedade civil. E deram-se na sequência de disparos efetuados pelas forças policiais que está a tentar dispersar a população recorrendo à utilização de balas reais.
De acordo com a Plataforma DECIDE, as vítimas mortais foram registadas no bairros Polana Caniço, Malanga e Mahotas. Há ainda largas dezenas de feridos por contabilizar. A esta altura há também na capital moçambicana várias barricadas montadas por populares
Os protestos, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane que apelou para um grande marcha em Maputo. Estendem-se a outros pontos de Moçambique, Carla Henriques.
Na província da Zambézia, região centro do país, milhares de pessoas percorrem nesta tarde as principais artérias da capital provincial Quelimane, numa marcha sem o registo de incidentes. Também na mesma província, há manifestações na vila de Morrumbala e, igualmente, no Gurué.
“O Gurué já está a acontecer, como vocês podem ver, isso é o Gurué, isso é o Gurué. Manifestação está em peso”, diz um dos manifestantes.
Ainda no centro, na província de Sofala, Polícia da República de Moçambique impediu a demonstração na cidade da Beira.
De acordo com a Plataforma DECIDE foram efetuadas sete detenções no bairro Munhava.
Na província de Manica, a população saiu às ruas em Chimoio, onde houve, igualmente, disparos das forças policiais.
E na cidade de Tete, a polícia travou a demonstração, mesmo antes de começar.
“Os tiros já começaram, já começaram os polícias, os polícias já foram disparados”, relata um manifestante.
A norte de Moçambique, na província do Niassa, situação complexa na vila de Mecanhelas.
A polícia disparou gás lacrimogénio contra os manifestantes. Há informação de feridos em Mecanhelas.
Na capital de Cabo Delgado, norte, dezenas de jovens percorreram a cidade de Pemba, numa manifestação também sem o registo de incidentes.
E a sul, na Maxixe, província de Inhambane, ainda de acordo com a Plataforma DECIDE foram feitas cinco detenções.
Carla Henriques – Jornalista RDP África