A GUINÉ-BISSAU, de certeza, ainda será, por muito tempo, objeto de muitos debates, sobre temas e assuntos diferentes, nomeadamente, a instabilidade e segurança.
Existe uma cronologia na descrição dos eventos e episódios que nos conduziram até aqui, a esta certeza, aliás, a certeza da instabilidade, a única certeza de que se pode ter sobre a Guiné. Estamos perante mais um daqueles episódios cujos personagens todos conhecem, o desenvolver e o dia após dia é que irão continuar a surpreender a todos e a cada um. Isto, porque de fato a Guiné-Bissau transformou-se no reino da imprevisibilidade, e cansa, cansa muito a quem quer e pretende compreende a sua realidade!
Qual é o foco deste novo ou velho capitulo?
Chama-se Umaro Sissoco Embalo, para USE, que na sua compreensão, o seu mandato apenas terminava no passado 04 de Set, as razões, são sobejamente conhecidas, a questão é, se tinha razão ou não razão, como sempre, os juristas se divergem, mas, a constituição é categórica, começa-se a contar o mandato a partir de ato e data da tomada de posse.
USE tomou posse no dia 27 de fev. de 2019, mesmo com toda polemica em volta da sua posse, no dia 04 de setembro, Supremo decidiu endossar a sua presidência, reconhecendo-o como vencedor da eleição presidencial de 2019, pondo assim fim ao contencioso interposto pelo candidato Domingos Simões Pereira.
Ao nosso ver, a nascitura do processo da magistratura de USE minou e maculou-se logo a nascença, situação esta que nos levou a conjunto de intermináveis episódios exóticos, em termos políticos, até data presente, em que não se sabe em que se fica.
O país se prepara para mais uma eleição, mais uma, desde as primeiras eleições de 1994, mais uma vez, desta vez, a Guiné-Bissau vai as eleições num quadro anormal (ou normal, depende), após o USE derrubar um Parlamento contra todas as postulações constitucionais e normas que regem o funcionamento da ANP, jogando o país para uma situação de caos e instabilidade permanente e total.
Nisto, a investigadora Celisa Santos tem toda razão: “AQUI, A INSTABILIDADE É A PRÓPRIA REGRA”.
Todo este cenário, eleições, contradições sobre fim do mando, episódios diversos, não se difere dos cenários que precederam outras eleições, também caraterizadas por tensões e conflitos pré e pós-eleitoral.
Todo cenário é duvidoso e questionável – Supremo Tribunal de Justiça, Comissão Nacional da Eleição, processo da gestão eleitoral, etc. Um problema profundamente estrutural e que tem de ser encontrada a solução sob pena duma implosão com contornos inimagináveis.
Mas, uma pergunta que talvez pouco ou nunca fizemos- quem se tem ganhado e beneficiado com as sucessivas crises e instabilidade na Guiné-Bissau? Quem (ou que grupos, além do que se sabe)?
Como disse alguém, poucos sabem, mas instabilidade é um grande negócio e oportunidade de negócio na Guiné-Bissau.