Carlos Lopes é um nome que não passa despercebido nos meandros dos debates sobre a África e os desafios sobre o continente. Conhecido pela sua brilhante carreira na ONU e notável carreira diplomática, exerceu o cargo de Subsecretário Geral das Nações Unidas para Assuntos Económicos da África. Ainda, no contexto do continente africano, presidiu à comissão da reforma da União Africana, esteve implicado diretamente na elaboração da Agenda 2063 (África que queremos), exerceu as funções de Alto Representante da União Africana para as negociações com União Europeia.
Atualmente Lopes é Professor na renomada Mandela School Of Public Gouvernance, Presidente do Conselho de Administração de Fundo Africano de Clima. Tem sido, com habitual frequência, Conferencista e Palestrante por todo mundo, recentemente foi indicado pelo governo brasileiro, sob liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o seu enviado especial para a África no COP 30 do Brasil-Amazona a ter lugar no Estado de Belém, no mês de novembro próximo.
Este guineense que está pelo mundo, aceitou, no passado dia 12 do mês em curso, participar do diálogo com a juventude através da sua principal organização que é Conselho Nacional da Juventude-CNJ. Objeto do diálogo foi o último livro do professor Carlos Lopes – Armadilha do Auto-Engano. Uma visão crítica das relações entre África e a Europa.
Um livro que expõe enumeras dificuldades que o próprio autor, enquanto principal negociador para continente africano, encontrou ao tentar impor as demandas e visão africana das coisas. A obra plasma uma visão simplista e nada estratégica, na Europa insiste em manter as relações com a África, por exemplo, ao invés de se discutir o comércio, prefere-se manter as dinâmicas da ajuda, famosa ajuda para o desenvolvimento.
Para o autor, ideia que se pode encontrar no livro, parece que ambas partes estão habituadas com estas dinâmicas, um que acredita ser um bom samaritano e outro que está e pretende depender sempre da ajuda, pois é mais fácil se negociar e conseguir tal ajuda.
Ainda, a ocasião serviu para que a juventude guineense possa colocar questões mais especificas ao professor Carlos Lopes, o encontro terminou com a proposta de se fazer um próximo encontra, esta já em Bissau.