Angola inaugurou esta quarta-feira a sua primeira mina de cobre desde a independência. A mina está localizada no município de Maquela do Zombo, província do Uíge, nordeste de Angola, junto à fronteira com a República Democrática do Congo. A inauguração foi recebida com muita euforia, a ponto de apelidarem já Maquela do Zombo como a Terra do Cobre.
Terra do Cobre, por analogia à Terra do Bago Vermelho. Maquela do Zombo está no Uíge, o Uíge é conhecido como a Terra do Bago Vermelho, porque foi um grande produtor de café, mesmo a nível mundial. Angola era o terceiro exportador mundial de café e o Uíge era a principal fonte de produção de café em Angola.
Portanto, muita euforia à volta da inauguração da mina. Com alguma razão, a mina é boa para a região, é boa para Angola.
Para termos uma ideia, a mina criará, direta e indiretamente, 27 mil empregos.
A mina poderá contribuir com 400 milhões de dólares para as exportações de Angola. Isto é um quarto daquilo que a Angola exporta em diamantes. Portanto, a mina é boa para a região, é boa para Angola e é muito boa para os investidores.
A rentabilidade da mina é uma coisa louca. Prevê-se recuperar o investimento em quatro anos, é um excelente negócio, naturalmente, para os investidores.
Agora, esperemos que não seja um ato isolado, que seja o princípio de alguma coisa em grande em Angola.
Angola está no cinturão do cobre. Abrange a República Democrática do Congo, a Zâmbia e também Angola. Enquanto a República Democrática do Congo e a Zâmbia produzem muito cobre, em Angola, como eu disse, estamos na primeira mina. Não conhecemos exatamente quais são as reservas, mas, aparentemente, há um potencial muito grande.
Desta vez foi no Uíge, mas o Ministro dos Recursos Minerais anunciou que estão a decorrer prospecções no Moxico, na Huíla, no Cuanza Sul, no Cuando e no Cubango, províncias situadas mais a sul. [A mina] é, sem dúvida, uma boa notícia para Angola. Tenho apenas um senão.
Angola vai exportar apenas a matéria-prima. Dizemos sempre que o problema da África é exportar a matéria-prima, sem qualquer transformação, sem qualquer valor acrescentado. Isto também vai acontecer relativamente ao cobre.
Portanto, o desafio para Angola é, exatamente, não se limitar às exportações da matéria-prima e ter alguma refinação.
O Ministro mencionou isso no seu discurso e dizia que, num momento próprio, Angola avaliará [a construcao de uma refinaria] se forem descobertas mais reservas e se for produzido mais cobre.
Concluindo, [a mina de cobre] é, sem dúvida nenhuma, uma boa notícia para Angola com este senão de que continuamos a exportar apenas matéria-prima.