O Banco Africano de Exportações e Importações (Afreximbank), em parceria com o Governo da República Demonocrática de São Tomé e Príncipe (STP), decidiu promover, e bem, um fórum na capital são-tomense com objetivo de ajudar STP a captar mais investimentos externos, de forma a responder aos desafios e carências que o país apresenta em termos de falta de emprego e de crescimento económico sustentado, com capacidade para satisfazer as principais necessidades do país e das suas gentes.
E porque governar não é apenas executar um programa de governo, mas também o manifestar de cultura de planeamento, estudo, ponderação e construção de parcerias que, de facto, agregam valores que depois poderão se traduzir em ganhos socioeconómicos para um país com as especificidades de STP, o evento que a decorreu entre os dia 17 e 19 de setembro revela-se de extrema importância para tecido económico e empresarial são-tomense, e muito em particular para o próprio Estado são-tomense, face aos desafios bastantes exigentes pelos quais passa a nossa economia, e à própria capacidade do Governo, enquanto órgão superior da Administração Pública, em mobilizar recursos para dar respostas em tempo útil a muitas necessidades das populações.
Mais do que ajudar o nosso país a mobilizar investimentos para sectores-chave como o turismo, a agricultura, pescas, infraestruturas, logística e energia, STP deve, com alguma urgência, promover simultâneas reformas estruturais e organizacionais no seu próprio aparelho burocrático, de modo que, uma vez atraídos, os investimentos se fixem no nosso país.
É ainda imperativo que o Governo, em concertação com outros órgãos de soberania e demais parceiros de cooperação, promova, com efetividade, verdadeiras reformas e modernização dos sectores da justiça, em particular da justiça tributária, que é, por sinal, vital ao bom funcionamento de uma economia que queira transmitir segurança, credibilidade e certeza jurídica.
Fundamental se mostra ainda que a economia são-tomense se transforme e se modernize, fazendo incorporar nela as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), que permitam uma maior e melhor desmaterialização na prestação dos mais variados serviços, combinado com a simplificação das atividades comerciais e do cumprimento das obrigações a ela associadas.
Em suma, STP precisa hoje, mais do que nunca, de transformar e modernizar a sua economia, a fim de se apresentar como um país que reúne todas as condições para atrair e fixar investimento estrangeiro proveniente do nosso continente, o continente africano, porque potencialidades e recursos temos de sobra.
A solução para STP continuará a residir na capacidade e sabedoria que todos juntos teremos de ter para poder tomar decisões transformadoras e que, no final do dia, produzam impactos positivos na vida de todos os são-tomenses. Por isso, iniciativas como a deste fórum devem continuar a ser promovidas. Porém, ao mesmo passo, deve também o país promover reformas que ajudem a sustentar todo o potencial económico-empresarial que, felizmente, continua de crescer em STP.