A semana fica marcada pelo lançamento, na sede UCCLA, no último dia 03 de dezembro, em Lisboa, do mais recente livro do escritor, professor e mui ilustre Embaixador de São Tomé e Príncipe (STP) em Portugal, Esterline Gonçalves Género.
No livro “A Força da Razão”, o autor buscou, e conseguiu, com maestria, render a mais do que merecida homenagem a um grande e notável são-tomense: Carlos Menezes do Espírito Santo.
Trata-se de uma biografia que busca, sobretudo, retratar com a dignidade merecida o percurso estudantil e académico, sobre a vida, as ideias e a riqueza intelectual de um são-tomense que sempre esteve à frente do seu tempo. Professor Bené é, seguramente, um ilustre são-tomense, digno de vênia e reconhecimento pelo seu contributo no campo da investigação científica, pela aposta na educação e formação e, sobretudo, na valorização do património histórico-cultural de São Tomé e Príncipe.
E é por isso que pessoas como Carlos Menezes do Espírito Santo – Vulgo Bené – devem, sim, ser homenageadas em vida, como bem apontou o Sr. Embaixador de São Tomé e Príncipe Esterline Gonçalves Género.
Costuma-se dizer que um povo que não valoriza a sua cultura e as suas gentes é um povo que está permanentemente de joelhos.
E numa uma altura em que o nosso país e o mundo enfrentaram sérios desafios para solucionar problemas complexos de natureza social, económica e cultural, e em que, sem exceção, todos os discursos políticos se baseiam cada vez mais em técnicas que resultam de um certo maniqueísmo estrutural e de uma simplificação discursiva e propositiva, é imperativo buscarmos conhecer e compreender o pensamento, a obra e a visão dos homens e das mulheres são-tomenses que sempre se bateram por causas nacionais, através da liberdade, da ciência e, sobretudo, da partilha do conhecimento.
Só assim será possível, como bem apontou o Autor, evitar “(…) probabilidade de odiar sem entender, de maldizer sem saber, de vingança, poder ser sementes lançadas ao terreno fértil da intolerância, levando ao declínio de valores que edificam uma sociedade política, da qual São Tomé e Príncipe não está isenta”.
Parabéns ao autor, pela excelência discursiva, humildade intelectual e, sobretudo, pela capacidade de promover o diálogo.
Devida vênia seja feita ao Professor Doutor Carlos Espírito Santo, por tudo quanto deu e continua a dar a São Tomé e Príncipe.