Mais uma vez em Bissau o regime mostrou a sua face mais dura e agressiva, porque os manifestantes, nomeadamente os altos dirigentes da Plataforma PAI-TERRA, composta na sua maioria pelos dirigentes do PAIGC, foram duramente torturados nas celas de segunda esquadra, segundo relato dos próprios dirigentes, mas também o próprio corpo de alguns dos dirigentes evidenciava hematoma e sinais de tortura.
Torturaram deputado Wasna Papai Danfa, alto dirigente do PAIGC, Dam Iala, uma alta dirigente do PAIGC, Joana Kobde Nhanca, irmã do falecido presidente Koumba Yala, Muniro Conté, António Patrocínio, Califa Seide, todos dirigentes da primeira linha do PAIGC, esta situação evidencia a realidade em que se transformou a política nacional guineense, a situação em que o país se encontra, em que manifestações pacificas, sejam elas dos movimentos sociais, dos sindicatos e dos partidos políticos podem ser caso de polícia, de perseguição e de tortura.
Na mesma semana algo identificado e chocante aconteceu com estudantes de escola de formação Francisco Mendes, vulgo Tchico Té, onde o presidente da associação dos estudantes, Janu Té foi barbaramente espancado, ficou com um olho praticamente inchado, estas situações de violação dos Direitos Humanos, do cerceamento do direitos políticos, do dever cívico dos cidadãos, caraterizam o regime de Umaro Sissoco Embalo, o mais lamentável é que parece que não há mais nada a fazer, sem uma data para marcar as novas eleições, com o período do mandato do presidente a chegar o fim, a violência abrumou-se, a situação está cada vez mais complicada na Guiné-Bissau, até onde vai se parar com esta situação da violência gratuita, de um presidente que jurou defender a constituição, cumprir e fazer cumprir a constituição, que lamentável.
No ano de centenário de Amílcar Cabral, era ano de reforçar o compromisso com o Estado de Direito, com a Democracia, com o principio da legalidade, e muito menos podia ser o ano da perseguição e da tortura dos guineenses pelos guineenses, Cabral dizia que a independência iria permitir que os guineenses nunca mais pudessem tomar ou levar palmatórias, porque era atitude colonialistas, durante a colonização, pois a independência não podia permitir tais situações, Cabral estaria dar voltadas no tumulo quando assiste realidade com estas que acabei de descrever, que situação!