As alterações ao nível do Bureau Político e do Secretariado do Bureau Político acabaram por ser as principais novidades do Congresso Extraordinário do MPLA, que decorreu esta semana em Luanda.
O Congresso é o principal órgão do partido. Entre congressos é o Comité Central e do Comité Central emana um Bureau Político, que, digamos, gere o partido e, em particular, um Secretariado do Bureau Político, que, no fundo, gere o partido no seu dia-a-dia.
As alterações ao estatuto já eram esperadas e, basicamente, elas abrem a porta a que João Lourenço continue a influenciar o País mesmo saindo de Presidente da República. Como se sabe, João Lourenço não se pode candidatar de novo à Presidência da República, a menos que a Constituição seja alterada, mas pode permanecer como presidente do MPLA. E se o MPLA conseguir eleger o Presidente da República, na prática é o presidente do MPLA que mandará, definindo a estrutura do governo, também definindo os nomes dos ministros e o Presidente da República tem que implementar uma moção estratégica que é definida pelo presidente do MPLA.
Quanto às alterações no Bureau Político a principal alteração, e que foi completamente inesperada, tem a ver com a indicação de uma nova vice-presidente para o MPLA. O MPLA tem uma nova número 2 e essa número 2 é Mara Quiosa, uma mulher relativamente jovem, de 44 anos, que substitui Luísa Damião, de 61 anos, que estava com o Presidente João Lourenço desde que o Presidente João Lourenço assumiu a presidência do MPLA.
Em matéria de rejuvenescimento dos órgãos, as coisas ficam um pouco por aqui, porque há relativamente poucas alterações: o Secretariado do Bureau Político, que teinha 19 membros, ficou com 18 membros, menos um do que anteriormente; tem apenas 4 alterações: saem 5 e entram 4; Já no Bureau Político saem 17 e entram 18, portanto, sem grandes alterações.
Do ponto de vista do rejuvenescimento, e segundo contas que fiz, a idade média do Secretariado do Bureau Político desce 1,4 anos ou 17 meses. Era de 62 anos e meio e é agora de 61,1 anos. Portanto, isto significa que não houve, o prometido rejuvenescimento ou pelo menos o rejuvenescimento que se esperava. Portanto, continua a ser um Secretariado relativamente idoso. A esperança de vida em Angola é de 62 anos e a média de idades do BP é de 61 anos.