Saltar para o conteúdo
    • Notícias
    • Desporto
    • Televisão
    • Rádio
    • RTP Play
    • RTP Palco
    • Zigzag Play
    • RTP Ensina
    • RTP Arquivos
RDP África - RTP
  • Programas
  • Informação
  • Desporto
  • Podcasts
  • Vídeos
  • Programação
  • + RDP África
    Apoios Contactos

NO AR
PROGRAMAÇÃO já tocou
Imagem de “Terroristas”: um conceito útil para ignorar problemas de governação
África em Destaque 24 mar, 2025, 09:33

“Terroristas”: um conceito útil para ignorar problemas de governação

Imagem de “Terroristas”: um conceito útil para ignorar problemas de governação
África em Destaque 24 mar, 2025, 09:33

“Terroristas”: um conceito útil para ignorar problemas de governação

Em 2017 iniciaram os primeiros ataques no Norte de Cabo Delgado, protagonizados por uma milicia militar com inspiração religiosa. A resposta governamental começou por desvalorizar a gravidade dos acontecimentos, optando por uma estratégia de negação do conflito. Com a intensificação dos ataques e das destruições, o governo adoptou o conceito de terroristas para designar os guerrilheiros armados.

A violência gerada pelos alshababis ou machababis (como as populações do Nordeste os designam) está muito bem documentada. São conhecidos episódios de assassinatos, raptos e cobrança de resgates, casamentos forçados, pilhagens e destruição de edifícios, fenómenos responsáveis pela deslocação forçada de centenas de milhares de indivíduos.

Contudo, o conceito de terrorismo não capta a complexidade do fenómeno em questão. Se os alshababis provocam terror, a verdade é que também foram capazes de criar um sistema de caridade, de protecção e entreajuda económica a muitos indivíduos, através do qual obtiveram a cooperação de vários sectores da população, em locais onde o Estado teve dificuldade de penetrar. O grupo aliciou muitos membros concedendo apoios à constituição de pequenos negócios. Comida das Nações Unidas saqueada em vários ataques foi distribuída pelos populares. Quando a tropa ruandesa recuperou o controlo de Mocímboa da Praia, ao fim de cerca de um ano de ocupação, encontrou diversas idosas que haviam sido assistidas pelos alshababis.

Por outro lado, os vários actores armados na região foram responsáveis por violência e terror. Os abusos de direitos humanos provocados pela polícia ou pela tropa governamental foi denunciado pela Human Rights Watch e pela Amnistia Internacional. A força local constitui uma milicia armada partidarizada, com um historial de violência para com líderes da oposição. A força paramilitar naparamas têm um histórico de assassinatos no Sul da província.

Numa zona que constituirá o palco de um dos maiores investimentos em gás no continente africano, persiste a dificuldade de edificação de um Estado de Direito. No distrito de Palma ainda não funciona a procuradoria ou o tribunal. A Sul da província, a PGR permanece incapaz de investigar graves casos de violações de direitos humanos cometidos nas minas de Montepuez.

É neste cenário de injustiça generalizada, que merece ser entendida uma das principais exigências dos alshababs: a instituição da sharia. Se no sentido religioso sharia significa “justiça islâmica”, nas línguas do Norte de Moçambique Sharia constitui a palavra emprestada do árabe e trazida pela influência swaili para designar “justiça”. Ignorando fenómenos de injustiça generalizada, que afecta sobretudo os mais desfavorecidos, o governo continua a recorrer ao conceito de “terrorismo”, apelando à “vigilância” e “denúncia” das populações.

Imagem de Opinião de...João Feijó (Moçambique),

Opinião de...João Feijó (Moçambique),

“Terroristas”: um conceito útil para ignorar problemas de governação

Mais Episódios

Pode também gostar

Imagem de As guardiãs do Índico

As guardiãs do Índico

Imagem de “É um sequestro”, diz filha de Domingos Simões Pereira, preocupada com integridade do líder do PAIGC e companheiros

“É um sequestro”, diz filha de Domingos Simões Pereira, preocupada com integridade do líder do PAIGC e companheiros

Imagem de Dacar e o seu significado na vida política guineense

Dacar e o seu significado na vida política guineense

Imagem de Façam Barulho! 

Façam Barulho! 

Imagem de Moçambique: Manifestações pós-eleitorais não foram ilegais, diz Graça Machel

Moçambique: Manifestações pós-eleitorais não foram ilegais, diz Graça Machel

Imagem de Crise na Guiné-Bissau e o futuro da CEDEAO

Crise na Guiné-Bissau e o futuro da CEDEAO

Imagem de O Informe à nação de Daniel Chapo

O Informe à nação de Daniel Chapo

Imagem de Balanço do Ano de 2025

Balanço do Ano de 2025

Imagem de STP: uma República em fragmentação política, social e económica   

STP: uma República em fragmentação política, social e económica   

Imagem de Jornadas de Luta: Democracia e Futuro na Guiné-Bissau

Jornadas de Luta: Democracia e Futuro na Guiné-Bissau

PUB
RDP África - RTP

Siga-nos nas redes sociais

Siga-nos nas redes sociais

  • Aceder ao Facebook da RDP África
  • Aceder ao Instagram da RDP África
  • Aceder ao YouTube da RDP África

Instale a aplicação RTP Play

  • Descarregar a aplicação RTP Play da Apple Store
  • Descarregar a aplicação RTP Play do Google Play
  • Contactos
  • Frequências
  • Programas
  • Podcasts
Logo RTP RTP
  • Facebook
  • Twitter
  • Instagram
  • Youtube
  • flickr
    • NOTÍCIAS
    • DESPORTO
    • TELEVISÃO
    • RÁDIO
    • RTP ARQUIVOS
    • RTP Ensina
    • RTP PLAY
      • EM DIRETO
      • REVER PROGRAMAS
    • CONCURSOS
      • Perguntas frequentes
      • Contactos
    • CONTACTOS
    • Provedora do Telespectador
    • Provedora do Ouvinte
    • ACESSIBILIDADES
    • Satélites
    • A EMPRESA
    • CONSELHO GERAL INDEPENDENTE
    • CONSELHO DE OPINIÃO
    • CONTRATO DE CONCESSÃO DO SERVIÇO PÚBLICO DE RÁDIO E TELEVISÃO
    • RGPD
      • Gestão das definições de Cookies
Política de Privacidade | Política de Cookies | Termos e Condições | Publicidade
© RTP, Rádio e Televisão de Portugal 2025