11 de novembro 2022 – ‘LUMENARA’ é o nome do novo EP de KADY, disponível digitalmente a partir de hoje. Ouvir aqui: https://kadylumenara.lnk.to/QXgd9PUBFP
O novo trabalho de originais da cantora e compositora inclui os temas ‘Djuntu’ (feat. Dino D’Santiago), ‘Tempu’ e o novo single ‘Tamina’.
O concerto oficial de apresentação de ‘LUMENARA’ está agendado para 26 de novembro no SUPER BOCK EM STOCK, que se realiza na Avenida da Liberdade, em Lisboa.
Depois da atuação no Jardim de verão da GULBENKIAN, concerto que integrou a mostra da Cultura Afro-Europeia no âmbito da exposição ‘Europa Oxalá’, da participação no festival O Sol da Caparica e na edição especial ‘ELA POR ELA’, do movimento SOU QUARTEIRA, KADY irá finalmente apresentar ‘LUMENARA’ ao mundo. Esta é uma nova etapa na carreira de KADY e o assumir de uma nova sonoridade que surgiu de uma forma muito natural e num momento onde a artista sentiu uma reconexão com a música e com todo o seu processo de criação. Neste percurso de transição, de (re)encontro, autodescoberta e autoconhecimento, KADY renasce como artista e consequentemente como pessoa.
Neste trabalho, uma fusão entre a pop e a música tradicional de Cabo Verde mas arrogado de uma nova contemporaneidade, cada letra e melodia são sentidas na pele e as canções surgem como uma homenagem às raízes da cantora e compositora e, simultaneamente, um manifesto e uma apologia ao empoderamento, emancipação, força, beleza e orgulho da mulher africana.
Alinhamento ‘Lumenara’:
Tempu
Djuntu feat. Dino D’Santiago
Tamina
Nha Kabelu feat. Nayela
Nten Gana
Lumenara
+iNFO
KADY reintroduziu-se na edição 2020 do Festival da Canção ao atingir a final com ‘Diz Só’. Uma canção escrita por Kalaf, que a descreveu de "kizomba consciente", para a música de Dino D’Santiago. Créditos de prestígio que deixaram de sobreaviso quem não a conhecia até aí. Não se tratava de um aguaceiro, era uma nova estação a chegar.
Mandam os factos recapitular a estreia em álbum, em 2016, com ‘Kaminho’, mas se os contextos culturais permitem destrancar portas fechadas no trinco, então este regresso insere-se numa era diferenciada da criolidade. Para melhor. Como diria Nina Simone, é um novo amanhecer, um novo dia, uma vida nova.
"Se navegar for preciso/Só nos resta seguir em frente", vaticinava nesse cartão de visita. E a palavra foi honrada. ‘Lumenara’ é o EP por que salivámos desde ‘Diz Só’ e uma certidão, quer dos múltiplos talentos de KADY, quer da flexibilidade no seu uso.
Este punhado de seis cançōes ricas e ousadas refletem a busca por um som próprio, feito de memória e mudança, que seja não apenas a afirmação urgente de uma personalidade, mas também o eco de uma comunidade a passar também ela por um processo necessário de emancipação e reconhecimento na sociedade portuguesa.
KADY reforça a causa, apelando ao afeto e à aproximação do outro. Não é necessário fazer das cançōes balas para combater; o amor é a arma mais poderosa e certeira para lidar com a diferença. E bem se pode dizer que ‘Lumenara’ corporiza todos estes estados.
O terreno de KADY é assumidamente pop e, por isso, permeável. Há uma festa dos sabores a acontecer no EP, do batuku ao afropop, referências ancestrais mandingas e produção digital sofisticada.
‘Tempu’ tem alma badia num choro cantado do griôt que numa espécie de bênção, âncora a voz aveludada de KADY, portadora de sofrimento numa melodia chorada. ‘Djuntu’ tem uma base instrumental sofisticada, comum a algum do r&b americano mais atrevido, mas não esquece a memória da terra ("funaná tem que ter Ferro Gaita”). E quem melhor do que a omnipresença do convidado Dino D’Santiago para unir pontas numa canção carregada de esperança e desejo de conexão.
Modernizar o passado é uma forma de evolução. KADY ruma a novos portos, mas não esquece de onde vem. Usa metáforas para abordar temas sensíveis como na autoconsciente ‘Nha Kabelu’, um dos momentos arrepiantes, junta-lhe a doçura de ‘Tamina’ e a sofisticação de ‘Lumenara’ para chegar à eletrizante ‘Nten Gana’. Não se trata apenas de um EP, é um corajoso manifesto de vontade própria.
KADY afirma um espaço importante de representatividade como crioula, africana, negra e mulher, mas fá-lo não apenas como uma bandeira discurso ou um hashtag, mas fazendo deste punhado de cançōes o rastilho e a explosão. Há um movimento a reivindicar o centro das atenções e a encantar-nos com esta coleção de utopias reais.