A poetisa cabo-verdiana Vera Duarte vai lançar no dia 28 de Abril em Lisboa (Portugal) o seu mais recente livro de poesia denominada “Urdindo palavras no silêncio dos dias”, constituída por 100 poemas escritas durante a pandemia.
A escritora fez este anúncio à Inforpress, por ocasião do Dia Mundial da Poesia, que se assinala hoje, tendo avançado que o primeiro lançamento vai ser em Lisboa por ser onde a obra está a ser editada.
No entanto, a poetisa informou que a obra será também publicada em Cabo Verde, na Cidade da Praia, no dia 25 de Maio, data em que se comemora Dia da África, por ser uma obra que “reflecte muito a situação difícil” em África e no mundo provocada pela pandemia da covid-19.
“Durante a pandemia da covid-19 escrevi muita poesia, por isso que digo que poesia é digamos uma salvação porque é nos momentos em que acontecem muita coisa ruim a sua volta que muitas das vezes quem gosta, por exemplo, de escrever poesia volta para si próprio (…) e é uma maneira de viver os tempos difíceis muito melhor”, disse.
Conforme Vera Duarte, a pandemia da covid-19, sobretudo aquando do isolamento, foi um período “extremamente profundo” para ela, em que escreveu não só poesia, mas também romances e contos.
O livro “Urdindo palavras no silêncio dos dias”, segundo a autora, é composto por 100 poemas seleccionados pela mesma, escritos entre Junho de 2020 e Junho de 2021, ou seja, “um ano de poesia”.
“É um ano que me permitiu fazer catarses através de poesia, devido a todas as situações difíceis que vivemos durante aquele primeiro período do isolamento, das mortes que ocorreram, muitos passaram por dificuldades em várias áreas da vida, problemas que sacudiu o mundo e sou muito adepta de um pensamento do filósofo Guetter, que fala que se a tua dor te dói demais faz dele um poema”, sublinhou.
Vera Duarte revelou que quando vive ou o mundo vive uma dificuldade maior, momentos turbulentos que acabam por reflectir em todos, através de poesia consegue fazer catarses que a permite seguir em frente.
A apresentação da obra está a cargo da professora da Universidade de Rio de Janeiro Carmem Ribeiro Seco e pelo professor e jurista português Boaventura de Sousa Santos.
Inforpress