O líder do PAIGC e coordenador da coligação Plataforma da Aliança Inclusiva, Domingos Simões Pereira, admite apelar ao povo para se defender perante as constantes cargas policiais contra os militantes e simpatizantes do partido. Simões Pereira considera ilegal e abusiva a atuação das forças da ordem contra os cidadãos.
Este sábado a polícia recorreu a bastões e a granadas de gás lacrimogénio para dispersar milhares de militantes e simpatizantes dos partidos da coligação PAI-Terra Ranka que se encontrava reunidos num dos bairros de Bissau para assinalar o início da campanha eleitoral para as eleições legislativas antecipadas de 24 de novembro, que se sabe que não terá lugar mas ainda não foi decidida por intermédio de um decreto presidencial.
Em entrevista à RDP-África para reagir ao atual ambiente político na Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e da coligação, admite apelar à resistência.
“Nós até hoje nunca pedimos ao povo que tentasse se defender e resistir. Mas se esta onda de brutalidade policial continuar, nós não teremos alternativa se não pedir ao povo que se defenda, porque quem mobiliza essa carga policial tem que ter consciência de estar à margem da lei. Está à margem da lei, está a promover a violência. E não há nada que justifica isso. A campanha dá-nos o direito de manifestar”.
O governo já disse que não há condições para ida às urnas no dia 24 de novembro, mas até agora o Presidente da República não preferiu o decreto presidencial que oficialize a alteração da data das eleições.
Domingos Simões Pereira considera absurda a situação.
“Um presidente da República fixa a data de eleições para o dia 24 de novembro e perde de vista que o Estado funciona por via de atos oficiais. Não pode ser normal que o Presidente nos venha dizer que, porque o governo afirmou não ter condições de realizar as eleições, o seu decreto cai automaticamente”.
O líder do PAIGC e coordenador da Coligação Plataforma de Aliança Inclusiva deixa entender que vai continuar com as ações políticas enquanto não houver uma decisão oficial a adiar eleições na Guiné-Bissau.
Fátima Camará – Correspondente RDP África em Bissau