Na Guiné-Bissau, as coligações Plataforma da Aliança Inclusiva (PAI TERRA RANKA) e Aliança Patriótica Inclusiva (API) adiaram para depois dos festejos dos 60 anos das forças armadas guineenses, a manifestação de rua contra a situação política no país e para exigir a marcação da nova data para as eleições legislativas.
Falando em nome das duas coligações na sede do PAICC, Domingo Simões Pereira diz que a convocação ao povo para sair às ruas será feita no domingo, logo a seguir, ao dia das Forças Armadas.
“Decidimos adiar todos os atos nos próximos dias, até ao dia 16, mas nós vamos continuar a trabalhar. Dissemos de forma muito clara que a partir do dia 17 nós vamos convocar o povo guineense a fazermos uso dos nossos direitos e liberdades para a reposição da Ordem Constitucional da Guiné-Bissau”.
As coligações endereçaram esta quinta-feira uma carta à representação da sede da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné-Bissau, na qual ilustram a atual situação no país, com destaque para a iminente vacatura da presidência da Guiné-Bissau, a partir de fevereiro do próximo ano, com o fim do mandato de Umaro Sissoco Embaló.
“Chamamos a atenção para o risco de chegarmos ao dia 27 de fevereiro e passarmos a não ter nem Presidente da República, nem Assembleia Nacional Popular, nem Supremo Tribunal de Justiça legalmente constituído, nem governo resultante das eleições. Ou seja, alguém nos está a convocar para um quadro de anarquia e total caos. Nós não podemos aceitar isso e, portanto, os partidos que estão representados nas respetivas plataformas estão decididos a convidar o povo guineense a fazermos justo àquilo que a Constituição nos dá como direito, para reivindicar os nossos direitos”.
Refira-se, após a entrada da carta, a representação da sede à ONU, os líderes políticos e os militantes que os acompanharam à sede da organização envolveram-se em discussão com as forças da ordem que impediram que se fizesse declarações à imprensa nas imediações da sede da CEDEAO em Bissau.
Fátima Camará – Correspondente RDP África em Bissau