O advogado das vitimas do caso 25 de novembro de 2022 em São Tomé e Príncipe, Miques Bonfim apresentou esta segunda-feira uma queixa crime contra o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, e o deputado Elísio Teixeira por alegado envolvimento na tortura e morte de quatro civis no quartel das forças armadas.
É um novo capítulo no caso 25 de novembro de 2022, em que quatro cidadãos foram torturados até a morte, na sequência de uma alegada tentativa de golpe de Estado.
“Patrice Émery Trovoada esteve no quartel, participou no processo da neutralização dos civis e procedeu à tortura dos civis. A segunda pessoa, também temos aí a prova, está no Ministério Público, é o senhor Elísio Teixeira, deputado da Assembleia Nacional”.
A afirmação de Miques Bonfim, advogado das vítimas, que garante ter apresentado esta segunda-feira uma queixa-crime no Ministério Público.
O deputado Elísio Teixeira da ADI já reagiu.
“Se ele conseguir as provas, ele que as demonstre. Eu pessoalmente tenho a certeza absoluta que não estive no quartel naquele dia, nem nos dias anteriores, nem nos dias posteriores. Já estive no tribunal como testemunha rolada por ele. Ele não conseguiu no tribunal colocar-me no quartel, então não sei que prova vai arranjar porque eu não consigo ser omnipresente”.
Para o também secretário-geral da ADI, a conduta do advogado das vítimas do caso 25 de novembro roça a insanidade.
“Eu fiz uma participação na Ordem dos Advogados contra o procedimento do advogado porque entendo que em termos daquilo que é a deontologia profissional, a ética e por aí fora, esse comportamento fere de todo a conduta de um advogado. Daí que participei na Ordem e também por ter sentido injuriado e difamado a uma queixa-crime, o Ministério Público acordei seus termos”.
Elísio Teixeira afirma que há um propósito em envolver o primeiro-ministro e algumas pessoas que o rodeiam no caso 25 de novembro.
“Não é só uma questão de defesa de um advogado, mas também um propósito de certeza para arranjar um bode expiatório para afastar as atenções dos verdadeiros culpados na coisa e virar imputar os fatos ao primeiro-ministro e a quem está à sua volta”.
Falta a reação do primeiro-ministro, Patrice Trovoada.