Aumentou para cinquenta e oito o número de casos suspeitos de cólera que estão sob supervisão das autoridades sanitárias angolanas, depois de detetados e apresentarem um quadro caracterizado por vômitos e diarreia aquosa. Até ao momento já ocorreram cinco mortes, todas no município de Cacuaco em Luanda.
Ainda não se fala em surto, mas o alerta já foi lançado para que o bairro Paraíso, em Cacuaco, não se torne um inferno com uma epidemia de cólera.
Segundo José Martins, o chefe do Departamento de Controlo de Doenças da Direção Nacional de Saúde Pública, todas as medidas estão a ser tomadas nos hospitais e os técnicos estão a ser refrescados para melhor lidarem com os casos que forem surgindo.
“As unidades sanitárias receberam orientações relativamente ao fluxo e também às medidas de tratamento destes doentes, como a transmissão da doença fecal oral, tendo em conta as determinantes sociais, como as pessoas vivem, onde vivem. Já têm algum tempo preposicionado alguns insumos para a comunidade, como sabão, hipoclorito para o tratamento da água e a higienização do meio em que vivem. Para o atendimento nas unidades sanitárias, os técnicos vão ser refrescados, entretanto, já têm todos os insumos e dispositivos médicos para garantir o atendimento adequado de todos os utentes”.
De acordo com o responsável, foi também criado um plano de respostas para as comunidades a fim de se evitar que a doença se propague.
“Todo utente que neste período ocorrer a uma unidade sanitária com vômito de arreia, já é um caso suspeito. Este plano de resposta tem dentro dos seus pilares um que é a comunicação de risco e o engajamento da comunidade para a adoção de comportamento ou medidas de proteção segura individual e coletiva”.
José Martins, o chefe do Departamento de Controlo de Doenças da Direção Nacional de Saúde Pública de Angola e os casos suspeitos de cólera no município de Cacuaco, periferia norte de Luanda.
José Silva – Correspondente RDP África