Em São Tomé e Príncipe aumenta a preocupação com a cólera devido a situação no país vizinho Angola, que tem fortes ligações ao arquipélago. As autoridades sanitárias anunciaram esta terça feira um plano de contingência.
Face ao aumento do número de casos e mortes por cólera em Angola, as autoridades sanitárias de São Tomé e Príncipe acionaram medidas de prevenção.
“No aeroporto, para evitar a entrada, e se entrar um caso, para reduzir o risco de disseminação, para não termos muitos casos”.
O arquipélago, com enormes problemas de saneamento básico, corre riscos elevados perante o alastramento da cólera em Angola, país vizinho com o qual tem fortes ligações socioeconómicas e culturais.
“Falamos de mais de 60% da população que não tem água potável, então consomem água do rio. Também temos problemas com defecação ao ar livre, próximo ao rio, ou mesmo no rio, ou mesmo na mata, caso venha chuva, possa descer os restos de fezes para o rio e a pessoa vai consumir. Se não tratar, é uma das formas de transmissão”.
A delegada de saúde do Distrito de Água Grande deixa conselhos à população.
“Colocar uma gota de lixívia, que nós temos, é o hipoclorito, duas gotas de hipoclorito a cada litro de água, para quem não usa água potável, consome água do rio, ou mesmo aquelas pessoas que fazem compra de água em caminhões externos, que não são certificados. Temos alguns caminhões que transportam água do rio, então, para aquelas pessoas que consomem esse tipo de água, colocar gota de lixívia, ou ferver, lavar bem os alimentos, tapar os alimentos crus, como legumes, frutas, descascar e depois consumir, consumir comidas do mesmo dia e bem conservadas”.
A cólera em Angola ameaça São Tomé e Príncipe, uma epidemia que o Arquipélago já enfrentou por duas vezes, nos anos 90 e em 2005.
Óscar Medeiros – Correspondente RDP África em São Tomé e Príncipe