A Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde espera que na interpelação de hoje no Parlamento sobre o acordo de pesca com a União Europeia saia um compromisso do Governo para financiar a qualificação da frota semi-industrial.
O presidente da Pesca considera legítimo o acordo de pesca e esclarece que a associação não tem nada contra o documento.
Susano Vicente afirma, no entanto, que os operadores de pesca não têm sentido os impactos dos sucessivos acordos de pesca com a União Europeia na melhoria da frota pesqueira nacional.
“Pelo menos não sentimos que as contrapartidas tenham tido efeito na nossa frota semi-industrial”.
Quanto à interpelação de hoje no Parlamento, a Associação dos Armadores de Pesca de Cabo Verde espera que seja proveitosa e que dela saia um compromisso do Governo de financiar a requalificação da frota semi-industrial.
“Com o básico, ou seja, com o mínimo daquilo que nós temos vindo sistematicamente a pedir, que é nada mais nada menos do que criar essas condições para equiparmos as nossas embarcações com sistemas de conservação de pescados e sonares de detratores de carbono, de forma que essas embarcações possam, pelo menos, laborar com maior certeza ao longo do nosso mar territorial e, quem sabe, em alguns pontos da nossa zona económica exclusiva”.
Este é o mínimo que os armadores de pesca esperam do Governo há um ano de eleições, diz Susano Vicente.
“Portanto, estou-me a referir ao nível semi-industrial, porque a esta altura do campeonato, isto é, há um ano das eleições, já não acreditamos mais na industrialização do setor, já não acreditamos na aquisição de navios atuneiros cercadores”.
O novo acordo de pesca irá permitir que 56 navios da União Europeia possam pescar 7 mil toneladas de atum e espécies afins nas águas de Cabo Verde.
Carlos Santos – Correspondente RDP África