Os trabalhadores da empresa Águas e Energias do Maio iniciam hoje uma greve de três dias. A União dos Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde (UNTC-CS) acusa o presidente do Conselho de Administração de ignorar as reivindicações dos colaboradores, uma acusação rejeitada pelo responsável da AEM.
A decisão de paralisar a produção e a distribuição de água nos próximos três dias foi tomada depois do falhanço de duas reuniões de conciliação. Progressão na carreira, aumento salarial, subsídio de turno, alimentação, transporta e regularização de contratos precários, são estes os pontos constantes do caderno reivindicativo.
O presidente do Conselho de Administração da empresa, Águas e Energias do Maio, Vitel Fernandes, não vê motivos para greve, uma vez que, garante, as partes chegar a um acordo sobre todas as reivindicações, com exceção de um ponto.
“O verdadeiro caderno reivindicativo indicado neste ponto, aumento salarial, é submeter à lei geral do Orçamento do Estado [de modo a] dar aumento retroativo a 2020, 2021, 2022, 2023 e até hoje [o ano] 2024. E uma sociedade anónima não tem esta obrigatoriedade [pois] dá aumento de vencimento à luz do seu orçamento que é privativo”.
Leitura diferente tem a secretária-geral da UNT-CCS. Joaquina Almeida diz que os trabalhadores da AEM estão fartos de promessas.
“Dos sete pontos, prometeu seis pontos, mas promessa, os trabalhadores não querem promessa, querem ação. Imagina um PCA que não paga trabalhos realizados nos dias feriados. Nunca pagou, desde 2020, que ele está no Conselho de Administração, nunca pagou e não paga”.
Por isso, a líder da maior central sindical cabo-verdiana garante que a greve vai mesmo avançar. Entretanto, o PCA da Águas e Energias do Maio, Vital Fernandes, assegura que não haverá problemas com o abastecimento de água, já que os serviços mínimos estão garantidos.
Carlos Santos – correspondente RDP África na Praia