Imagem de Cabo Verde: Ilha do Sal acolhe Fórum de Investimentos da Lusofonia
Foto retirada do Instagram de Ulisses Correia e Silva

Cabo Verde: Ilha do Sal acolhe Fórum de Investimentos da Lusofonia

Imagem de Cabo Verde: Ilha do Sal acolhe Fórum de Investimentos da Lusofonia

Cabo Verde: Ilha do Sal acolhe Fórum de Investimentos da Lusofonia

Decorre deste de ontem na ilha o Fórum de Investimentos da Lusofonia… trata-se de uma plataforma de negócios promovido pela Sociedade Financeira Internacional instituição do Banco Mundial e que se centra em áreas como o turismo, a transição energética e o agro-negócio. 

O evento reúne na cidade turística de Santa Maria decisores políticos, investidores, instituições nacionais e estrangeiras que promovem o ecossistema financeiro e o ambiente de negócios.

O que se pretende, segundo a representante do Banco Mundial em Cabo Verde, Indira Campos, é aproximar a comunidade empresarial lusófona em África.

“O IFC, a Sociedade Financeira Internacional, que é membro do Grupo Banco Mundial, tem investido nos mercados lusófonos e tem visto o potencial que estes mercados oferecem para investidores e empresários que queiram fazer negócios nestes mercados. Então, nasce a ideia de se fazer este fórum para, um, dar a conhecer estas oportunidades, estas oportunidades que existem, fazer uma troca de experiência entre as empresas, as agências de investimento ou de promoção de investimento, e todos os atores que operam nestes mercados. Vai ser um palco para fazer o showcase de empresários de sucesso, empresas que estão a trabalhar para o desenvolvimento destes mercados”.

A organização escolheu três temas para as mesas de diálogo. 

“O agronegócio, a transição energética e o turismo, que são três setores que são fundamentais.  Claro, existem outros setores que também são importantes, mas estes são os três setores que nós escolhemos para este primeiro evento. E dentro destas temáticas também vamos abordar os tipos de modelos de empreendedorismo que pode haver, nomeadamente modelos de PPP, modelos de concessão, que complementam o investimento público ou o investimento privado puro nestes mercados”. 

O vice-presidente regional da IFC, International Finance Corporation, para a África, Sérgio Pimenta, destaca a importância do fórum como plataforma de diálogo entre os empresários. 

“Acho que é uma oportunidade de partilharmos ideias, experiências, de forma a desenvolvermos iniciativas que vão ao encontro do nosso objetivo comum, um ecossistema saudável, com um setor privado dinâmico, contribui para a criação de emprego, para o desenvolvimento sustentável e para o crescimento económico”.

A diversificação da economia é um imperativo para os países africanos de língua portuguesa, é uma ideia partilhada pelos participantes da mesa redonda ministerial no primeiro dia do Fórum de Investimentos da África Lusófona. 

Para o secretário de Estado do Tesouro de Guiné-Bissau, Mamadou Baldé, é preciso sair da dependência da castanha-de-caju. 

“Mais de 90% das receitas de exportação provém da exportação de castanha-de-caju e mais de um terço das receitas fiscais provém também, portanto, da fileira de caju. É uma situação que não pode ser perenizada, tem que haver diversificação da economia porque o país tem potencialidades para isso, o país tem potencialidades , por exemplo, na cultura do arroz, na rizicultura, tem potencialidades turísticas, bastante”.  

Já o secretário de Estado dos Transportes de Moçambique, Chinguane Sebastião Marcos Mabote, destaca a posição geostratégica do país na promoção do comércio na região. 

“Nós temos uma costa muito longa, que é de cerca de 2.500 quilómetros, temos os corredores muito importantes que nos dão a experiência, no âmbito dos países lusófonos, podermos encontrar um meio termo, um denominador comum em termos de investimento. Há uma necessidade de fazermos parte deste processo de integração regional porque só traz aquilo que é complementaridade e traz, acima de tudo, as melhores práticas de cada país e resolvermos os problemas, os desafios que estão muito perto como uma única comunidade”.

Do lado de Cabo Verde, o vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças vê nos desafios de África oportunidades de negócios, mas que no entender de Olavo Correia só serão alcançados se se duplicar o potencial de crescimento económico.

“Aquilo que se quer é ter uma África diversificada em termos económicos, uma África resiliente em termos económicos e nessa diversificação precisamos de investimentos públicos e privados nas infraestruturas, nas empresas, nas indústrias, nas conectividades, na energia, na água, no saneamento para que possamos criar aqui as condições permitindo que nós sejamos capazes nos próximos anos de duplicar o nosso potencial de crescimento económico. Eu penso que é um desafio que se coloca em relação a todos os países do continente africano. Se nós não conseguimos fazer isto, dificilmente conseguiremos criar empregos qualificados  e decentes para os nossos jovens”.

O debate sobre as oportunidades de investimentos e de negócios nos países africanos de língua portuguesa continua esta sexta-feira na Ilha do Sal.

Carlos Santos – Correspondente RDP África

Reprodutor de áudio