Os organizadores do ciclo de conferências-debate sobre os 50 anos da independência de Cabo Verde vão sistematizar as principais conclusões e recomendações saídas das sessões e entregá-las aos decisores políticos. O que se pretende é transformar a reflexão crítica em matéria-prima para políticas públicas mais conscientes e informadas.
A iniciativa desenvolveu-se ao longo de quase um ano em 12 sessões temáticas que vão desde a instauração da República aos desafios atuais da governação.
Um debate livre que envolveu académicos, dirigentes políticos, jovens investigadores e membros da sociedade civil.
A porta-voz da Curadoria Científica, a historiadora Ângela Coutinho, destaca o nível das comunicações apresentadas.
“As pessoas levaram dados muito concretos, levaram reflexões muito profundas, levantaram questões de facto, problemas muito pertinentes e inclusive, é como eu disse, alguns chegaram a apontar saídas”.
Entre as preocupações mais frequentes, segundo Ângela Coutinho, esteve o alerta para as oportunidades que o arquipélago tem deixado de escapar e a necessidade urgente de repensar o modelo de desenvolvimento nacional.
“Nós sabíamos, porque há um estudo divulgado pelo Banco Mundial, mas acho que não se tem discutido muito isso, mas que uma pessoa nos falou do esgotamento do modelo económico de Cabo Verde, do facto de não se ter conseguido aproveitar certas oportunidades para gerar emprego, para ter outra dinâmica a nível económico, portanto, eu penso que há aqui uma preocupação que foi posta em cima da mesa em relação à economia de Cabo Verde, que deve merecer muito mais a nossa atenção, nós que não somos economistas”.
Além da entrega das recomendações, os organizadores tensionam ainda disponibilizar as comunicações nas plataformas digitais e publicar um livro com os contributos mais relevantes sobre o cinquentenário da independência de Cabo Verde.
Carlos Santos – correspondente RDP África na Praia
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