O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos considera que o Chefe de Estado-Maior fez uma “declaração de guerra”, encomendada, com a finalidade de intimidar os cidadãos que pretendem exercer apenas um direito com a dignidade constitucional. Bubacar Turé disse que o chefe de Estado-Maior Biaguê Na N’Tan anuncia prontidão das forças armadas para o combate, como se o país estivesse à beira de um conflito armado.
Para o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, estas declarações, para além de serem absolutamente inaceitáveis, são de um chefe militar que perdeu a noção da missão constitucional reservada às Forças Armadas.
“O General Biaguê Na N’Tan ignorou que as Forças Armadas devem ter uma relação militar com o povo. As Forças Armadas constituem o último reduto do povo. Em nenhuma circunstância as Forças Armadas podem intervir para impedir o exercício de uma liberdade essencial, que é a liberdade de manifestação”.
Bubacar Turé questionou ainda, afinal, que militar republicano é Biaguê Na N’Tan, prosseguindo e afirmando que o chefe de Estado-Maior foi o cúmplice dos assaltos criminosos ao Supremo Tribunal de Justiça e à Assembleia Nacional Popular.
“Cúmplice mascarado de atrocidades contra o povo guineense, o Biaguê Na N’Tan foi cúmplice do assalto às instituições importantes dos órgãos de soberania da Guiné-Bissau. Biaguê Na N’Tan manteve até hoje em silêncio ensurdecedor, não diz nada, significa que ele é cúmplice, se não coautor destes sequestros dos órgãos de soberania da Guiné-Bissau”.
Nas suas declarações, Biaguê Na N’Ta deixou claro que as Forças Armadas estão preparadas para comemorar o seu dia. “Não impedimos ninguém de sair à rua, mas o que lhe acontecer será a sua sorte. Mas a comemoração vai mesmo acontecer. As Forças Armadas estão em prevenção até o dia 16 de novembro”, disse o chefe militar.
Fátima Camará – Correspondente RDP África em Bissau