O governo são-tomense teme que o país regresse à era dos apagões devido à falta de manutenção dos grupos geradores da Empresa de Água e Eletricidade. Há um ano que o fornecimento de energia elétrica tem mantido estável, mas a situação pode mudar a qualquer momento.
O primeiro-ministro, Américo Ramos, afirma que a situação é crítica e aponta à falta de manutenção dos grupos geradores da empresa de água e eletricidade, EMAE.
“A demanda equivale àquilo que tem sido produzido, mas a situação é crítica. É crítica porque todo o grupo que nós temos carece de manutenção. Como sabe, mais de 95% da energia produzida é térmica. E os grupos são grupos de algum tempo já a esta parte. Eles carecem de manutenção, as manutenções não têm sido feitas recorrentemente”.
O chefe do novo governo do arquipélago, empossado há menos de um mês, defende a transição urgente para fontes de produção de energia limpa e mais barata.
“Porque desta forma não é sustentável, nós não teremos capacidade de manter esse nível de produção durante muito tempo se as manutenções não são feitas em tempo determinado”.
O novo executivo prepara-se para rever o contrato de gestão da EMAE (Empresa de Água e Eletricidade), assinado entre o anterior governo e a TESLA, filial da empresa turca FB-Group, criada em São Tomé, com capital turco de 12 milhões de euros, e que passou a gerir a maior e mais antiga central térmica de São Tomé e Príncipe.
“A empresa está consciente de que é necessário nós analisarmos alguns pontos, alguns pontos que nós consideramos críticos, porque nós também não queremos manter uma situação acumulando dívidas à empresa. É preciso criar aqui um equilíbrio em que a energia produzida seja entregue, ela é vendida, ela também é paga”.
Após um ano de estabilidade energética, o governo mostra sinal de preocupação no que toca ao fornecimento de energia elétrica à população são-tomense.
Óscar Medeiros – Correspondente RDP África em São Tomé e Príncipe