Os ataques de grupos armados no norte de Moçambique continuam a provocar deslocações em larga escala. Segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM), o número de pessoas forçadas a abandonar as suas casas na província de Nampula aproxima-se dos 108 mil, apenas entre 11 e 30 de novembro.
Só nos últimos dias do mês, perto de 25 mil pessoas fugiram dos recentes ataques nos postos administrativos de Mazua, Chipene e Lúrio, no distrito de Memba. O mais recente relatório da OIM confirma o “deslocamento de 22.202 famílias”, validado numa verificação conjunta entre a agência das Nações Unidas e as autoridades locais.
A maior parte destas pessoas tem procurado refúgio na cidade de Nampula e em vários distritos vizinhos, como Meconta, Metuge, Nacaroa, Chiúre e na Ilha de Moçambique, entre Nampula e Cabo Delgado. Entre os deslocados encontram-se cerca de 1.600 grávidas, 411 pessoas com deficiência e 116 doentes crónicos.
A OIM alerta ainda para o agravamento das condições de vulnerabilidade, face à falta de privacidade, ao acesso limitado a água potável e à ausência de cuidados médicos adequados.
O governador de Nampula garante apoio às famílias que tiveram de sair de Memba. Eduardo Abdula assegura que será prestada ajuda para o eventual regresso às comunidades de origem, processo que, sublinha, deverá ser sempre voluntário.
Órfeu de Sá Lisboa – Correspondente RDP África