A 21 de Março celebra-se o dia internacional da poesia, data instituída pela UNESCO para valorizar a expressão poética como um dos pilares da identidade cultural e diversidade linguística, reconhecendo a poesia como uma manifestação artística comum para toda a humanidade.
Em toda a lusofonia, a poesia tem sido um instrumento de reflexo das dores, amores e lutas de vários povos, e por essa razão saímos às ruas de Lisboa e pedimos a pessoas comuns que recitassem poemas de Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Brasil. Entre variados autores tivemos Agostinho Neto, Alda Lara, Paulina Chiziane, José Craveirinha, Noémia de Sousa, assumindo a voz de tantas pessoas diferentes, seja denunciando injustiças, celebrando a resistência ou até embalando amores. Afinal, a poesia, como bem disse Fernando Pessoa, “é a prova concreta de que a emoção quer falar”.
Nos dias de hoje, as redes sociais e as novas tecnologias transformam a forma como consumimos literatura, e ainda assim a poesia continua a encontrar espaço — seja nos slams urbanos, na oralidade africana ou na música. A poesia dos PALOP carrega muito mais do que apenas um rico jogo de palavras, carrega histórias de resistência, negritude, saudade e liberdade.
Que este Dia Mundial da Poesia nos lembre do poder transformador dos versos e da força da palavra dita. E que a lusofonia continue a escrever a sua história em rimas que cruzam fronteiras e tempos.