Os empresários na província de Sofala, no centro de Moçambique, estão dispostos a financiar a construção de uma estrada alternativa que liga a cidade da Beira ao porto. Acabar com a difícil circulação de camiões de carga, encurtar as longas horas de espera e aliviar o tráfego na cidade é o principal objetivo.
Foi no âmbito da visita do ministro dos Transportes e Logística que o presidente do Conselho Empresarial da Beira revelou a disponibilidade da classe em financiar uma estrada alternativa para fazer chegar os camiões de carga ao porto.
“Eu sei que vão dizer, não, precisamos fazer concurso, o Banco Mundial tem que financiar também. Não. Nós queremos ser os moçambicanos a financiar aquela estrada. Vamos pôr na Bolsa de Valores, aquele que tiver um milhão vai pôr, 500 vai pôr, vamos fazer a primeira estrada financiada por moçambicanos. Se queremos crescer e mudar a nossa economia, temos que fazer estas estradas. Estou a pedir: não entreguem a nenhum financiamento estrangeiro, entregue-nos”.
Félix Machado defendeu igualmente a necessidade de uniformização da tarifa das portagens ao longo do corredor da Beira.
“Este corredor da Beira, nunca entendi qual é a explicação econômica, porquê que no Dondo pagamos 40, em Nhamatanda acho que 120, carros pequenos, caminhões e muito mais, depois em Chimoio, 180. O raciocínio macroeconómico não bate certo, distâncias similares, não sei, pedimos a uniformização dos preços”.
O ministro dos Transportes e Logística, João Matlombe, visita as províncias de Sofala e Manica para se inteirar do funcionamento do corredor da Beira, desde a fronteira de Machipanda ao Porto, um dos mais importantes de Moçambique e da região austral de África.
Orfeu de Sá Lisboa – Correspondente RDP África em Maputo