Faz hoje 31 anos que o mundo assistiu, em 100 dias ao maior genocídio da história. A jornalista Gaëlle de Castro traz-nos a sucessão dos acontecimentos que conduziram a este massacre.
O genocídio dos tutsis no Ruanda ocorreu de 7 de abril a 17 de julho de 1994.
Este genocídio faz historicamente parte de um projeto genocida latente durante décadas, através de várias fases de massacres em massa, e estrategicamente na recusa do núcleo duro do Estado ruandês de reintegrar os exilados tutsi, objeto da Guerra Civil Ruandesa de 1990-93.
Esta guerra, iniciada em 1990, foi entre o governo ruandês, composto por utus apoiados pela França contra a Frente Patriótica Ruandesa, acusada pelas autoridades de Kigali de querer impor, através da tomada do poder, o regresso dos tutsis exilados para o seu país.
Os acordos de Arusha, assinados em agosto de 1993, que previam esta reintegração para acabar com a guerra, foram apenas parcialmente implementados devido à resistência do núcleo duro do regime de Abia Rimana.
O assassinato do presidente ruandês a 6 de abril de 1994 desencadeou o genocídio dos tutsis por extremistas utus.
A Comissão Independente de Investigação, mandada pela ONU durante o genocídio de 1994, estima que aproximadamente 800 mil ruandeses, a maioria tutsis, perderam a vida durante estes três meses.
Com uma duração de cem dias, este foi o genocídio mais rápido da história e o de maior escala em termos do número de mortes por dia.
Gaëlle de Castro – Jornalista RDP África
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