José Maria Neves, o chefe de Estado cabo-verdiano, confessa que gostaria de terminar a sua carreira política como presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina, na ilha da Santiago. No dia em que apresenta, na cidade da Praia, mais um volume da coletânea de textos “No Ofício do Bem Comum”, Neves reconhece que tem uma dívida para com a terra que o viu nascer.
José Maria Neves quer, no fundo, retomar um projeto de governação autárquica que interrompeu no início do ano 2000. Menos de um ano depois de ter assumido as funções de Presidente da Câmara Municipal de Santa Catarina de Santiago, Neves renunciava ao mandato para se candidatar à liderança do PAICV. O resto da história é conhecida.
A onda por amor à terra levaria o partido de volta ao poder. Quinze anos como primeiro-ministro, mais três como Presidente da República, o tempo não apagou a dívida.
“Eu tenho uma grande dívida com Santa Catarina e penso, se tiver forças, depois da presidência, ir trabalhar em Santa Catarina como autarca, para pagar a minha dívida com Santa Catarina”.
Uma dívida que José Maria Neves pagará de bom grado, até porque, diz, o poder local é também a sua paixão.
“Eu gosto muito do poder local. Acho que aí é que as coisas acontecem. Eu gostaria de dar o meu contributo para uma profunda transformação de Santa Catarina, da sua modernização, do seu desenvolvimento, um pouco para resgatar a grandeza de Santa Catarina. E, se puder e tiver forças, é um sonho que eu ainda acalento”.
José Maria Neves apresenta hoje, na Cidade da Praia, o terceiro volume da obra “No Ofício do Bem Comum”, uma coletânea de discursos e outros textos que marcam os três anos de mandato na presidência da República.
Carlos Santos – Correspondente RDP África