A presidente do Instituto Cabo-Verdiano para a Igualdade e Equidade de Género lamenta a fraca representatividade e paridade género na remodelação do Governo. Marisa Carvalho lembra, no entanto, que a própria lei da paridade não estabelece uma obrigatoriedade na composição do executivo.
O facto de terem saído apenas mulheres na remodelação do Governo, anunciada na segunda-feira, está a suscitar críticas por parte das organizações da promoção e defesa dos direitos das mulheres.
Confrontada com as opções do primeiro-ministro, a presidente do ICIEG considera que é sempre desejável que haja representatividade e paridade de género nas instâncias de tomada decisão. Ainda assim, Marisa Carvalho esclarece que, na composição do Governo, há outros critérios que o primeiro-ministro terá que atender.
“A questão da disponibilidade mesmo de tempo. Estamos aqui a falar mesmo de uma questão de conciliar a vida profissional com a vida pessoal, a questão da violência também que, infelizmente, na nossa sociedade muitas mulheres estão sujeitas a essa violência pública quando assumem ou querem assumir ou se mostram disponíveis para realmente trabalhar num cargo público”.
A presidente do Instituto Cabo-Verdiano para a Igualdade e Equidade de Género sublinha que a lei da paridade não é taxativa na composição do Governo.
“Sabemos que a própria lei da paridade não dá essa obrigatoriedade ao Governo, faz a recomendação para que se faça realmente essa observação da paridade, mas também, como eu digo, há critérios que nós não sabemos o que está por trás”.
Sobre a saída de uma assentada de cinco mulheres do Governo, Marisa Carvalho esclarece que a competência e o mérito não têm a ver com a questão do género.
Carlos Santos – Correspondente RDP África