Mais de oito mil pessoas deslocadas no distrito de Memba, na província de Nampula, continuam à espera de apoio urgente, depois de uma nova vaga de ataques terroristas ter provocado mortos, destruição e a fuga de centenas de famílias. A situação, considerada “crítica” pelas autoridades, levou o governador Eduardo Abdula a lançar uma campanha de solidariedade que envolve parceiros de cooperação, organizações religiosas e instituições da sociedade civil. Reportagem de Orfeu de Sá Lisboa.
Nas últimas semanas, insurgentes voltaram a atacar várias zonas de Memba, incluindo a vila-sede do distrito, deixando pelo menos três mortos e mais de uma centena de casas destruídas, além de viaturas e moageiras incendiadas. As incursões atingiram ainda povoados nos postos administrativos de Mazua e outras localidades vizinhas, obrigando famílias inteiras a abandonar as suas aldeias e a percorrer longas distâncias em busca de segurança.
Só o posto administrativo de Alua, no distrito de Eráti, recebeu mais de 200 famílias deslocadas. Durante uma visita ao local, o governador Eduardo Abdula entregou alimentos e tendas às vítimas e apelou à população local para acolher os deslocados sem qualquer tipo de discriminação.
As autoridades garantem que estão a reforçar a presença no terreno para tentar restabelecer a tranquilidade, ao mesmo tempo que pedem o envolvimento de toda a sociedade na resposta à emergência humanitária que se vive no norte de Moçambique.