Uma missão composta por 22 observadores internacionais da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) já se encontra na Guiné-Bissau para acompanhar as eleições gerais marcadas para o próximo domingo, 23 de novembro. Trata-se de uma deslocação solicitada pelas autoridades guineenses, como explica a jornalista Paula Borges.
Entretanto, o Instituto de Estudos de Segurança (ISS), organismo africano que acompanha dinâmicas políticas e sociais em vários países do continente, alertou para o risco de uma crise pós-eleitoral no país. Num artigo recente, o ISS destacou três pontos principais: a exclusão do PAIGC, pela primeira vez, de umas eleições; a gestão interna do processo eleitoral, igualmente inédita e sem financiamento ou apoio internacional; e as alegadas “tensões políticas e divisões internas” nas Forças Armadas guineenses.
O professor e investigador guineense Sumaila Djaló, residente em Portugal, ouvido pela RDP África, afirma manter profundas reservas quanto à forma como o escrutínio foi organizado.
Sumaila critica as incoerências políticas registadas no processo e sublinha a gravidade do momento que o país atravessa, com Umaro Sissoco Embaló a recandidatar-se à Presidência.