O arcebispo de Maputo defende a necessidade do respeito das diferenças de opinião e da vontade popular expressa nas urnas nas eleições gerais de 09 de outubro. Dom João Carlos Nunes considera que a democracia deve fazer-se sentir também nos atos.
Para o arcebispo de Maputo, a democracia não se faz de meras palavras.
“A democracia que nós falamos exige pluralidade, exige a diferença, exige poder-se expressar de forma não tão iguala ao do outro, mas todo esse pronunciamento, o que nós dizemos ou o que fazemos, deve estar assente nos pilares humanos”.
Por isso, Dom João Carlos Nunes chama a atenção dos políticos desavindos para a necessidade de um diálogo franco e aberto para devolver ao país a estabilidade política e social que se perdeu com a validação e proclamação pelo Conselho Constitucional dos resultados das eleições gerais de 9 de outubro.
“É importante que haja esses fóruns, esses momentos de diálogo, de encontro. O que eu percebo é que depois das manifestações, ou enquanto decorrem as manifestações, o tecido social ficou muito fraturado. Há muitos grupos, há muita divisão no meio de nós, é importante que saremos encontrando-nos falando”.
O arcebispo de Maputo entende ainda que a devolução da estabilidade social num país marcado por manifestações pela verdade eleitoral e pelo elevado custo de vida passa pela restauração da confiança dos moçambicanos.
Orfeu de Sá Lisboa – Correspondente RDP África em Maputo