Os cidadãos estão revoltados com a atuação da polícia em Moçambique. Em Maputo, por exemplo, os disparos de gás lacrimogéneo e o uso de balas verdadeiras contra a população estão a gerar revolta e indignação.
Numa passagem rápida por alguns bairros da capital moçambicana, queixas e mais queixas se ouviram em Patrice Lumumba.
“Apareceu um [carro] blindado, travou, começou a dar tiros de repente. Não sabemos porquê, não perguntou nada, nem motivo, nem nada, só deu tiros. O pessoal começou a fugir”.
A atuação da polícia e os meios usados para dispersar os cidadãos que marcham pacificamente nas ruas está a causar a revolta dos populares.
“Agora são balas verdadeiras, nem são balas de borracha, as pessoas estão a morrer. E nós, como povo, pedimos a quem de direito que organizem bem o país, que eles sentem e conversem, porque quem está a morrer é o pobre. Eu sendo um jovem, com essa idade que eu tenho, estudei, tenho certificados em casa”.
Diante de atos de vandalização, há alguns comerciantes – caso do Sr. Manuel, que gere um estabelecimento de venda de bebida – que lamentam que a polícia ignore os pedidos de ajuda de quem precisa.
“A polícia também não colaborou, fomos lá, pedimos que viessem aqui para podermos ajudar a seguir e ver se encontrávamos as pessoas ao redor, mas não”.
O bairro Patrice Lumumba tem se destacado na liderança de marchas pacíficas, por isso questionam a atuação violenta da polícia.
Orfeu de Sá Lisboa – Correspondente RDP África