Imagem de Moçambique ocupa no mundo o 2º lugar no percentual de abuso infantil
Foto: Freepik

Moçambique ocupa no mundo o 2º lugar no percentual de abuso infantil

Imagem de Moçambique ocupa no mundo o 2º lugar no percentual de abuso infantil

Moçambique ocupa no mundo o 2º lugar no percentual de abuso infantil

Moçambique foi o segundo país do mundo com o maior aumento percentual de violações graves contra crianças em conflitos armados no ano passado. Apenas ficou atrás do Líbano. Os dados, apresentados por Paula Borges, constam do “Relatório do Secretário-Geral da ONU sobre Crianças e Conflitos Armados em 2024”. 

[Foram] 525%. Foi este o aumento percentual de atentados contra os direitos de menores no país. Num capítulo dedicado ao conflito na província moçambicana de Cabo Delgado, o relatório avança que a ONU verificou quase mil violações graves contra 507 crianças, além de uma violação com muita gravidade, ocorrida em 2023, mas só verificada no ano passado.
[Outras] 403 crianças foram recrutadas e usadas por grupos armados, 51 foram detidas pela Polícia da República de Moçambique.

A ONU conseguiu verificar assassínios e mutilações de crianças por pessoas não identificadas por grupos armados e pelas Forças Armadas de Defesa de Moçambique, incluindo baixas causadas por engenhos explosivos.

Há também relatos de violência sexual contra cinco raparigas por elementos de grupos armados.

Um funcionário das Nações Unidas que falou à agência Lusa sob anonimato diz que os grupos terroristas que atuam nesta área são muito obscuros, operam além fronteiras, estão imparáveis.

Diz mesmo que parecem estar a avisar crianças de forma muito semelhante ao que aconteceu na Síria ou no Iraque.

Diz ainda que por isso mesmo não estão identificados os agressores. No geral, embora grupos armados não estatais tenham sido responsáveis por quase metade das violações graves, as forças governamentais foram, lê-se, as principais responsáveis  da morte e mutilação de crianças, de ataques a escolas e hospitais e também da negação de acesso humanitário.

É isso que destaca à Lusa a partir dos dados deste novo relatório.


Paula Borges – Jornalista RDP África

Reprodutor de áudio