As autoridades moçambicanas revelaram que quase 6 milhões de euros foram destinados ao terrorismo, entre 2017 e 2024. São números avançados no relatório do Gabinete de Informação financeira agora divulgado.
No documento, é explicado que este financiamento ao terrorismo é caraterizado por depósitos e levantamentos, ambos em dinheiro, bem como transferências de pequenas somas, valores que no total resultam em avultadas quantias, tudo para disfarçar os sistemas bancário e dos serviços financeiros móveis.
Os autores destes financiamentos são, segundo o relatório, pessoas singulares e ou coletivos associadas a indivíduos tidos como líderes do grupo terrorista que atua em algumas zonas da região norte de Moçambique.
O objetivo é usar o dinheiro para financiar o recrutamento e a logística do grupo terrorista. Explica o texto que, a nível interno, este movimento de fundos aconteceu em Cabo Delgado, mas também nas províncias da Zambézia, Nampula, Sofala e Manica, além da própria cidade de Maputo, com a colaboração de financiadores domiciliados em Moçambique e em países afetados pelo fenómeno do terrorismo em África.
No total, este levantamento baseou-se na análise de 86 comunicações de operações suspeitas, mais de 400 comunicações de atividade suspeita, oito pedidos de informação e quase 3 mil comunicações de transferências de valores limite.
O relatório aponta ainda casos suspeitos, como a abertura e posse de várias contas em moeda eletrónica nos serviços financeiros móveis por parte de indivíduos suspeitos e dá como exemplo o facto de a conta bancária de uma instituição pública do ensino no distrito de Mocímboa da Praia ter recebido depósitos em numerário que foram efetuados por várias pessoas a partir da cidade de Pemba.
Reforço de Segurança em Mocímboa da Praia
Entretanto, depois dos ataques terroristas dos últimos dias, o administrador do distrito de Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, Sérgio Cipriano, veio pedir maior segurança para a população que vive dias de terror.
Sérgio Cipriano admite que alguns funcionários públicos abandonaram o distrito de Mocimboa da Praia e hoje está marcado um encontro com quem permanece no distrito para transmitir mensagens de esperança. Som 2 – Declarações à RDP-África, por via telefone, do administrador do distrito de Mocimboa da Praia, Sérgio Cipriano.
Germano Campos, Jornalista RDP África e Orfeu de Sá Lisboa, correspondente RDP África em Maputo