O início oficial das comemorações dos 50 anos da independência de Cabo Verde está a suscitar uma troca de acusações entre os dois principais partidos cabo-verdianos. O PAICV lamenta que durante a cerimónia não se tenha feito nenhuma referência a Amílcar Cabral. O MPD responde que cabe ao povo escolher que protagonistas homenagear.
As comemorações do cinquentenário da Independência de Cabo Verde prometem agitar o clima de crispação entre os partidos do arco da governação.
O PAICV não gostou de saber que figuras que estiveram envolvidas na luta de libertação nacional não foram convidadas para a cerimónia oficial de abertura no Mindelo.
O mais estranho, diz o presidente da Comissão Política Regional do Partido, Adilson de Jesus, foi ter-se ignorado o legado do líder histórico, Amílcar Cabral, nos discursos.
“Consideramos que é no mínimo escandaloso que nos discursos oficiais produzidos pelo primeiro-ministro e pelo presidente da Câmara Municipal de São Vicente não se tenha escutado qualquer referência à luta pela libertação nacional e à Amílcar Cabral”.
O PAICV critica também a escolha do dia 25 de abril para o arranque das comemorações.
“A questão do dia 25 de abril, aqui aparece como também a abafar um bocado a independência nacional. O 25 de abril é a data maior do país colonizador”.
O MPD já reagiu, o secretário-geral adjunto do partido que suporta o governo. Vander Gomes, diz que em democracia não há legitimidade histórica.
As comemorações dos 50 anos de independência de Cabo Verde têm como lema “Cabo Verde, nôs orgulho, nôs futuro” decorrem até o final deste ano.
Carlos Santos – Correspondente RDP África