O Parlamento angolano aprovou Orçamento Geral do Estado (OGE) para o ano de 2026. O documento contou com 120 a favoráveis, 79 contra, da bancada parlamentar da UNITA, o principal partido na oposição, sem nenhuma abstenção.
Tal como se era de esperar, a UNITA votou contra a proposta do Orçamento-Geral do Estado angolano para 2026.
Segundo o deputado da bancada parlamentar do Galo Negro, Faustino Mumbica, a UNITA votou contra por considerar que o orçamento para o próximo ano contém os mesmos vícios de sempre.
“O OGE 2026 revela a imoralidade política na distribuição dos recursos, pois elege luxo o protocolo, a segurança de uma elite em detrimento das necessidades básicas da nação e opera na opacidade. Hoje é ignorar as famílias que, segundo o Instituto Nacional de Estatística, asseguram 80% da produção agropecuária do país e que, por sinal, deveria ser o eixo estruturante para a verdadeira diversificação sustentada da nossa economia. Para a agricultura familiar, estão previstos 53 mil milhões de kwanzas, enquanto a Casa Militar prevê gastar em funcionamento 80 mil milhões de kwanzas. Para o combate à malária, prevê apenas 16 mil milhões de kwanzas, enquanto para o funcionamento de cinco gabinetes ministeriais, prevê gastar 128 mil milhões de kwanzas”.
Por sua vez, o MPLA lamentou o fato da UNITA nunca se mostrar favorável ao principal instrumento político, económico e financeiro do Estado, que, para 2026, contempla uma afetação de 25% ao setor social.
“O OGE 2026 revela ainda maior equilíbrio, maior prudência e maior compromisso com metas exequíveis. Reduz o envelope global, mas eleva a eficácia da despesa, diminui gastos correntes, mas reforça investimentos essenciais, liberta o espaço fiscal com a redução do peso da dívida pública, permitindo ao país consolidar políticas sociais de impacto imediato”.
Jorge Ribeiro Uefu, deputado do MPLA, durante a votação do Orçamento Geral do Estado angolano para 2026, o principal instrumento político, económico e financeiro do Estado angolano, estima receitas e despesas avaliadas na ordem dos 33 bilhões de kwanzas, com base no preço do barril do petróleo, fixado em 61 dólares.
Deusánio da Conceição – Jornalista angolano em serviço especial para RDP África