Os casos estão a ser avançados pela imprensa. O jornal digital Moz24 refere que na terça-feira, 2 de setembro, por volta das 15h, os militares bombardearam duas embarcações de pesca na zona de Maguerre. Eram pescadores da ilha de Matemu, distrito de Ibo, que foram tratados como se fossem inimigos do ataque.
Quarenta e três mortos foram confirmados e apenas sete sobreviventes. As pessoas estavam em duas embarcações, não tinham armas, mas foram atacadas como se fossem terroristas, desabafou um residente local em choque, citado pelo jornal. Não foi a primeira vez que este tipo de ataque ocorreu.
Ainda recentemente, na comunidade de Mefungo, distrito de Kissanga, três civis, uma mulher e dois jovens, Momad e Ibad, foram mortos quando um barco que transportava sal foi interceptado pela marinha. Testemunhas afirmaram que os militares retiraram as pessoas do barco. Pouco depois, os corpos apareceram, crivados de balas.
O paradeiro dos restantes passageiros continua sem resposta. As denúncias acumulam-se e todas apontam para o mesmo padrão, refere o Moz24. Execuções sumárias, abusos, impunidade.
E acrescenta, famílias pedem justiça. Mas o silêncio do Estado é ensurdecedor.
Outro caso. Em julho, mais de 100 pescadores foram abatidos em Pangane, distrito de Macumia. Massacre que ficou registado em vídeos partilhados nas redes sociais até hoje. Nenhuma explicação oficial foi avançada.
João Costa Dias – Jornalista RDP África