São Tomé e Príncipe celebra hoje 49 anos sobre o histórico dia da nacionalização das roças coloniais. Entretanto para o primeiro-ministro do arquipélago já não faz sentido celebrar o 30 de setembro como o dia da nacionalização das roças.
Em entrevista RDP-África, Patrice Trovoada defende que já não faz sentido celebrar o 30 de Setembro, olhando para o contexto em que a data foi institucionalizada em 1975.
“A data representa para mim outra coisa que as nacionalizações. A data tem que ser celebrada porque depois de nós termos a independência política, estamos ainda a busca da independência económica. E isso é que é uma meta que nós não podemos abandonar. Cada 30 de Setembro hoje eu creio que é sobretudo manifestarmos mais uma vez o nosso engajamento para a independência económica, soberania económica e isso é que deve congregar todos os são-tomenses e não aquela ideologia que nós tínhamos que as nacionalizações aqui resolvem o problema económico do país”.
O primeiro-ministro são-tomense lamenta o estado de abandono das antigas roças coloniais e defende outro enquadramento económico para as populações rurais.
“Há uma realidade de geoeconómica cultural, demográfica com a qual temos de conviver e muitas vezes as setes das roças tornaram-se aldeias, vilas e que precisam de ser objeto do investimento em função daquilo que elas se tornaram e não estamos, digamos, de uma maneira passiva a ver esse desenvolvimento rural que está a tornar cada vez maior, não está articulado com, enfim, aquilo que é o projeto desenvolvimento integral e inclusivo de São Tomé e Príncipe”.
E nas ruas de São Tomé muitos cidadãos defendem que já não há motivos para continuar a considerar o 30 de Setembro como feriado nacional.