Faz hoje 50 anos que o Governo português e o Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau e Cabo Verde assinaram o acordo de Lisboa para a transição do poder para o arquipélago… Um acontecimento histórico que será hoje recordado em dois momentos na cidade da Praia.
O chefe do Estado cabo-verdiano quer primeiro homenagear as personalidades que a 19 de dezembro de 1974 rubricaram em Lisboa, o histórico documento que criava as condições para a transferência do poder para o Estado que viria a nascer seis meses depois.
A cerimónia contará com a presença do comandante Pedro Pires, um dos signatários do acordo pelo Partido Africano para a Independência de Guiné e Cabo Verde, enquanto membro do então Comité Executivo da Luta e Presidente da Comissão Nacional de Cabo Verde do PAIGC.
O momento será testemunhado pelo chefe de Estado português, Marcelo Rabelo de Sousa, a convite do seu homólogo cabo-verdiano.
Ainda no âmbito das celebrações, está prevista para esta tarde uma conferência na Universidade de Cabo Verde, intitulada o “Acordo de Lisboa, o Contexto Político da Época e a Construção das Bases para um Cabo Verde Independente”.
A comunicação será feita pela historiadora Aurora Almada e Santos. Haverá ainda um momento de partilha de memórias com a participação de Pedro Pires e Osvaldo Lopes da Silva, duas personalidades que estiveram envolvidas diretamente nas negociações com as autoridades portuguesas há 50 anos.
Com o Acordo de Lisboa, rubricado a 19 de dezembro de 1974, estabelece-se um período de transição e o respetivo Instituto Orgânico de Cabo Verde, bem como a nomeação de um alto responsável da parte portuguesa que deveria dirigir o governo de transição, composto por cinco ministros, três dos quais pertenciam ao PAIGC.
Carlos Santos – Correspondente RDP África