O presidente do parlamento guineense Domingos Simões Pereira relembrou, ao Presidente da Republica, Umaro Sissoco Embaló, que está perto do término do seu mandato constitucional e que deve marcar as eleições presidenciais atempadamente para tirar o país da incerteza.
Em conferência de imprensa, na qual abordou a crise política na Guiné-Bissau, o também líder da Coligação PAI-Terra Ranka, vencedora das últimas eleições legislativas na Guiné-Bissau, aconselha o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló, a cessar as hostilidades contra os órgãos de soberania guineense.
“Eu enquanto presidente da Assembleia, estou a dizer ao Presidente da República, já entrou nos cinco últimos meses do seu mandato. Quem o aconselha a não marcar eleições presidenciais é tudo menos seu amigo. Quem o aconselha a continuar a violentar outros órgãos de soberania não é seu amigo. E, portanto, nós todos enquanto cidadãos, enquanto titulares de órgãos, devíamos aproveitar as oportunidades que a Constituição nos dá para tirar o povo guineense da incerteza, convocar eleições atempadamente”.
Além das eleições presidenciais, o presidente do Parlamento guineense, Domingo Simões Pereira, diz que o foco deve ser o tráfico de droga que voltou a assolar o país.
“Para mim, os assuntos essenciais é que o nosso país voltou a ser falado, não pelos melhores motivos, mas por um avião que continua no aeroporto, por uma bagagem que foi queimada mas que não deixou de nos colocar um roto do qual não nos orgulhamos”.
Finalmente, sobre o caso dos 6 mil milhões de francos CFA de apoio aos empresários, Domingo Simões Pereira acusa figuras ligadas a Umaro Sissoco Embaló de serem beneficiários da parte do montante em causa.
“Hoje, não pode deixar de ser uma grande surpresa quando damos conta que, dos 6 bilhões que se está a falar, 3 bilhões foi para um conselheiro do Presidente da República, que continua a ser conselheiro neste momento. 1.2 bilhões foi para um empresário e é desse montante que o empresário fez o pagamento dos valores que o Presidente da República anunciou em como tinha dado 400 milhões a um partido, 300 milhões a um outro. Ou seja, dos 6 bilhões de que se fala, 4.2 bilhões foi para muito próximo do Presidente da República”.
Com a falta de comparência daColigação PAI-Terra Ranka, o Presidente guineense o Umaro Sissoco Embaló, ouviu hoje os partidos políticos com assento parlamentar, sem avançar (2:11) com o objeto do encontro.
Fátima Camará – Correspondente RDP África em Bissau