Dezenas de são-tomenses manifestaram-se esta tarde na capital do país para exigir justiça no caso 25 de novembro de 2022 em que quatro civis foram torturados até a morte, no quartel das Forças Armadas, numa alegada tentativa de golpe de estado. Os familiares das vitimas e elementos de partidos da oposição estiveram entre os manifestantes.
“Queremos justiça!”, foi este o principal slogan da manifestação que percorreu esta quinta-feira as ruas da cidade de São Tomé com concentração em frente ao gabinete do primeiro-ministro Patrice Trovoada, que se encontra ausente do país.
“O meu filho foi uma das vítimas. Nós vimos que as pessoas que foram torturadas no quartel, nenhum deles fora com os pés dele para o quartel, chamaram-nas em casa. Foram pegadas em ponto de referência e depois levaram-nas ao quartel”.
Os familiares das vítimas do caso 25 de novembro de 2022 afirmam que a legada tentativa de golpe de Estado foi uma farsa.
“E ninguém faz nada, houve o público, isto é um país democrático, há justiça, temos que exigir por ela. Nesta manifestação temos como objetivo demonstrar que estamos a exigir algo que não nos deram durante vários, vários anos. Não é só o massacre, porque nós temos sido massacrados pelos nossos governantes, a bem dizer, há 49 anos”.
Alguns elementos de partidos políticos da oposição, entre eles, Sebastião Santos, do PCD, também marcaram presença no protesto.
“O Ministério Público, que é detentor da ação pena, pediu que alguns dos indivíduos, sobretudo os militares, fossem passados à disponibilidade para prosseguir a justiça. Ninguém fez isso, pelo contrário: esses mesmos indivíduos estão sendo promovidos, protegidos, alguns dos quais para o exterior do país, para que a verdade não viesse e que não venha à tona”.
Os partidos políticos da oposição acusam o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, de ser o protagonista da alegada tentativa de golpe de Estado com o objetivo de eliminar os seus opositores.
Óscar Medeiros – Correspondente RDP África em São Tomé