Segundo uma nota oficial, a deslocação visou convencer as autoridades militares guineenses a libertar os prisioneiros políticos, entre eles Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC e antigo presidente da Assembleia Nacional Popular.
Outro objetivo foi garantir que o candidato presidencial Fernando Dias da Costa e outras pessoas refugiadas na Embaixada da Nigéria, pudessem abandonar o local em segurança.
A delegação senegalesa visitou o local onde Domingos Simões Pereira está detido e esteve também na embaixada nigeriana, em Bissau.
O Senegal foi o primeiro país a visitar as novas autoridades desde o golpe militar de 26 de novembro, que levou à destituição de Umaro Sissoco Embaló, e nunca condenou publicamente a tomada do poder pelos militares.
Dacar afirma ainda estar disponível para assumir um papel de mediação no seio da CEDEAO, com o objetivo de contribuir para o regresso à normalidade constitucional na Guiné-Bissau.
A visita aconteceu, também, na véspera da chegada de uma missão militar da CEDEAO, composta por chefes militares da Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Senegal, que procura aplicar as decisões da última cimeira da organização.
A CEDEAO ameaça avançar com sanções contra quem bloqueie o regresso à ordem constitucional. O Governo de transição garante que está disponível para cooperar e diz não temer essas medidas.
A Guiné-Bissau continua suspensa da CEDEAO, da União Africana e da CPLP.
Constança Latour – Jornalista RDP África