Os agricultores de Luanda vivem dias difíceis para o escoamento e falta de mercado para os produtos que se estão a degradar nos campos. E lançam um apelo às grandes superfícies comerciais e empresas de restauração para a aquisição de hortícolas, legumes e entres outras culturas que estão sem compradores.
É um assunto que voltamos a trazer antena, pois o quadro continua preocupante para os agricultores de Luanda. Não há espaços nos mercados que estão abarrotados de produtos agrícolas e faltam compradores. E também já se ouvem relatos de que produtos como tomate e cebola estão a apodrecer nos campos.
O cenário levou a União dos Agricultores e Camponeses de Angola (UNACA) a lançar um apelo.
“Temos estado a efetuar contactos com várias instituições para o efeito, como os órgãos de defesa e segurança. Refiro-me a polícia, as forças armadas e ao setor da restauração, bem como os hotéis e os próprios restaurantes. Mas as quantidades produzidas este ano, ou seja, que estão em colheita nesta fase, são quantidades muito elevadas. Nós temos estado a notar, mesmo com esses contactos, as quantidades que têm sido adquiridas nas nossas famílias camponesas, ainda não é suficiente para cobrir a demanda em função das quantidades que as famílias produziram”.
José dos Santos, secretário-executivo provincial da UNACA, em Luanda. Depois de um período de fraca produção, com as enchentes a condicionarem as culturas, agora o momento é de boa safra. Todavia, o cenário atual pode levar à não obtenção de lucros.
“Algumas dessas famílias começam já a ter algumas dificuldades para vender e provavelmente já com alguns prejuízos porque não estão a conseguir recuperar o valor investido para a produção”.
O secretário provincial da União dos Camponeses Angolanos em Luanda, UNACA, José dos Santos, e os constrangimentos para escoar e comercializar o que está a ser produzido nos campos de Luanda.
José Silva – Correspondente RDP África