A bancada parlamentar do Movimento para a democracia, partido que suporta o Governo em Cabo Verde, reúne-se hoje em sessão extraordinária para discutir as razões que levaram ao pedido de demissão da Direção do Grupo Parlamentar e eleger uma nova liderança.
Com a contagem decrescente para o início da campanha eleitoral para as autárquicas previstas para 1 de Dezembro, o MpD vê-se forçado a eleger uma nova direção do grupo parlamentar. O deputado Celso Ribeiro foi indigitado pela Comissão Política Nacional na última sexta-feira para substituir Paulo Veiga, que bateu com a porta, alegando falta de articulação e de coordenação com o Governo.
Contactado pela RDP-África, Celso Ribeiro, deputado pelo Círculo Eleitoral de Santiago Norte, remeteu qualquer pronunciamento assim que terminar a reunião do grupo parlamentar, marcada para esta segunda-feira. Uma reunião que, para além de analisar as razões evocadas por Paulo Veiga para se demitir das funções de líder parlamentar, deverá eleger o nome agora proposto pela Comissão Política Nacional do MpD.
Do lado da chefia do partido que suporta o Governo, a estratégia, para já, é a de desvalorizar a crise no seio do grupo parlamentar, com o argumento de que o MpD está focado na preparação das próximas eleições autárquicas. Uma posição defendida quer pelo secretário-geral, quer pelo presidente do partido, Ulisses Correia e Silva.
“Nós estamos focados em garantir união, coesão do sistema. Sistema MpD é focado nas autárquicas que é mais importante para vencer”.
Celso Ribeiro liderou a lista do Movimento para a Democracia à Câmara Municipal do Tarrafal de Santiago, em 2020, eleições que foram ganhas pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde.
Desde as legislativas de 2021, o deputado é um dos vice-presidentes do grupo parlamentar do MpD, liderado por Paulo Veiga.
Carlos Santos correspondente RDP África na Praia