Os Horticultores de São Tomé queixam-se de elevados prejuízos provocados por fenômenos relacionados com as alterações climáticas. As pragas e a chuva constante e intensa destruíram quase toda a plantação do último trimestre.
Mais de meia centena de horticultores das terras altas de Monte Café enfrentam todos o mesmo problema. Inácio Varela não esconde o desânimo.
“Ao não entrar no passo, as coisas estão piorando e nós estamos a sair lesados. Eu investi aqui no tomate em volta de 10 mil Dobras e certamente que nem metade desse dinheiro vou poder recuperar”.
A chuva não para de cair e as pragas tomaram conta dos canteiros. Rui Cabangala lamenta a falta de apoio técnico do Ministério da Agricultura.
“Não temos acompanhamento do Ministério da Agricultura. Se não tivéssemos técnico para acompanhar esse processo, eu acho que melhorava essa praga”.
Raul Nana é outro horticultor que reclama prejuízos avultados.
“Só se fala, não se faz nada. O que é que eles querem connosco? Será que eu tenho que sustentar? Eu sou pai de oito filhos. Eu dou escola, eu dou tudo. Dá-nos um apoio. Ajuda-nos um bocado para que a nossa vida vá para a frente”.
Os horticultores também lamentam o elevado custo dos insumos agrícolas.
O presidente da Associação dos Agricultores da Aldeia de Monte Café, Adgelty Barreto, lamenta o empobrecimento dos associados.
“Estamos aqui, o horticultor é cada dia mais pobre porque ele investe, não tira, então é isso que nós estamos a passar”.
Na época chuvosa, os agricultores da região centro da ilha de São Tomé são responsáveis pelo abastecimento de cerca de 30% do mercado.