Os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defenderam hoje ser momento para uma parceria audaz e orientada para o futuro entre a União Europeia e a União Africana.
Num artigo de opinião hoje publicado, os dois líderes europeus referem que a parceria entre os dois blocos tem como objetivo moldar um mundo mais justo, mais verde e mais seguro, baseado em valores partilhados e no respeito mútuo, sendo agora momento para uma parceria audaz e orientada para o futuro.
Os dois altos responsáveis europeus adiantam que, ao longo dos últimos 25 anos, a parceria União Africana e União Europeia tornou-se mais profunda, mais ampla e mais estratégica.
A União Europeia é o primeiro parceiro comercial de África, contribuindo com um terço do comércio total e é também o seu primeiro investidor, o seu primeiro parceiro em matéria de paz e segurança e o seu primeiro doador humanitário.
E nesta sétima cimeira entre a União Europeia e a União Africana, o comércio, os minerais estratégicos e as migrações estão no centro do encontro, o que esperam sobretudo os estados africanos, relata a jornalista Constança Latur.
Este é um encontro que pretende reforçar relações e responder à crescente competição no continente, especialmente entre os Estados Unidos, a China e a Rússia.
Entre os presentes estão Emmanuel Macron, Friedrich Merckx, William Ruto e Cyril Ramaphosa. À margem do encontro, os líderes europeus vão continuar as conversas sobre o plano norte-americano para pôr fim à guerra na Ucrânia. A União Europeia continua a ser o principal parceiro comercial de África, mas tem perdido terreno para investimentos chineses e para a presença russa em vários países.
Também os estados do Golfo e a Turquia têm aumentado a influência no continente. Os países africanos esperam agora propostas concretas, menos discursos e mais investimentos que criem emprego e infraestruturas.
O porta-voz da União Africana lembra que o continente quer compromissos credíveis e realizáveis.
Na agenda estão ainda as migrações, a segurança e o acesso de África a instituições globais como o Conselho de Segurança da ONU.
Bruxelas quer também garantir minerais estratégicos essenciais para a transição energética. Alguns projetos devem avançar no âmbito da iniciativa Global Gateway, o plano europeu para responder à influência chinesa.