O chefe do Governo cabo-verdiano vai hoje ao Parlamento para o debate mensal. Crescimento económico e inclusão socia é o tema escolhido pelo grupo parlamentar do PAICV
O maior partido da oposição recorre ao último inquérito da Afro-Sondagem, segundo o qual 65% dos cabo-verdianos consideram que o país vai na direção errada, um indicador que é visto pelo líder parlamentar como um paradoxo. Ou seja, explica João Batista Pereira, o crescimento da economia não é sentido pela população.
“O que poderá estar a acontecer em Cabo Verde é nós termos um país com os ricos a virarem cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e com mais dificuldade. Basta ver a situação da classe média em Cabo Verde, que tem ficado depauperado nos últimos anos, sem qualquer aumento salarial”.
Já a União Cabo Verdiana, independente e democrática, acusa o governo de ter ignorado a promessa de reduzir o custo dos fatores de produção, o que, na opinião da deputada Dora Oriana, dificulta a competitividade das empresas.
“Falando em custos contextos, nós temos os custos operacionais que são excessivos, assumidos pelas empresas no setor privado, e que o governo não vem fazendo nada para mitigar a situação”.
Leitura diferente tem o MPD. O porta-voz do grupo parlamentar, Damião Medina, considera que os recentes dados avançados pelo INE mostram a eficácia da política económica do governo.
“Diminuição da taxa da pobreza absoluta, diminuição da taxa da pobreza extrema, aumento das atividades empresariais, aumento de emprego, dizer que foi com este governo que tivemos a maior taxa de empregabilidade no país”.
Para além do debate com o primeiro-ministro, da agenda da sessão parlamentar que hoje arranca constam algumas propostas de lei para o setor da justiça.
Carlos Santos – Correspondente RDP África