É o maior número de sempre: nunca como no ano passado se detetaram tantos casos de mutilação genital feminina em Portugal. No total foram detetados 254, segundo dados da Direção-Geral de Saúde. E as vítimas são principalmente crianças.
Oito anos ou menos é a idade da maioria das vítimas nas quais é realizada a mutilação genital feminina, uma prática violenta que consiste na remoção parcial ou total, por motivos não médicos, dos órgãos genitais externos femininos.
Os dados da Direção-Geral de Saúde indicam ainda que, nos casos detetados, a prática foi realizada em mais de 70 bebés, alguns com seis meses. Muitas vezes, o corte é efetuado sem condições de higiene e recorrendo a lâminas de barbear.
Para além do sofrimento provocado, esta prática deixa sequelas psicológicas e físicas, como problemas obstétricos e urológicos.
Os casos detetados em Portugal resultam todos de intervenções em países africanos. A grande maioria tem origem na Guiné-Bissau e na Guiné-Conacri.
Frederico Pinheiro – Jornalista RDP África