24 de setembro

24 de setembro

24 de setembro

24 de setembro

Ontem, 24 de setembro de 2024, a Guiné-Bissau completou-se mais um ano da sua independência, totalizando 51 anos da existência e da fundação do Estado. Um momento que, parecia obvio, deveria ser de festa, da alegria e da celebração de uma das mais lindas e aclamadas de luta de libertação nacional. Também deveria servir de muita reflexão, reflexão sobre os rumos que país deveria tomar. Sobre as reformas que devem ser feitas, sobre que politicas públicas são necessárias, nomeadamente na área da educação, agricultura, energia, infraestrutura e saúde. Lembrando sempre Cabral, que dizia de que a independência não deveria se resumir em ter apenas Hino e Bandeiro. Seria preciso mudar e melhor a vida das pessoas, justificando assim os anos da guerra. 

Volvidos 51 anos da luta de Cabral, o que aconteceu, foi tudo quanto Cabral temia. De fato, a independência tem sido resumida em apenas Hino e Bandeira. A educação guineense é das mais precárias da África, onde 44,4% das crianças com idade escolar não frequentam a Escola, mais de 60% da população é analfabeta, terras aráveis não aproveitadas, sem um plano nacional de Desenvolvimento ambicioso e viável. Tudo isto, fruto da matança, permita-se a expressão, do Estado. Guiné-Bissau, projetada através duma liderança capaz e visionária, hoje tudo quanto lhe tem faltado é a liderança. Parece que os exemplos de Cabral não servem, aliás, apenas para Guiné-Bissau.  

51 anos de independência sem um horizonte definido. O país continua a ser motivo de chacota internacional, de uns tempos para cá, passou a estar muito associado à droga, através dos famosos aviões que lhe tem visitado, como o último, que terminou com apreensão de carga de droga. Tem sido desta forma, quando não é um Deputado, magistrado presos na posse de entorpecentes, é o próprio Estado que recebe, a luz do dia, no seu Aeroporto, produtos do tipo.  

Enquanto isso, Umaro Sissoco Embalo vive no seu delirismo, crente e fiel a sua forma de ver e entender as coisas, como o fato dele acreditar que “reposicionou” a Guiné-Bissau no Concerto das Nações. Um delírio mesmo. 

Ainda, para se recordar, mais uma vez, Umaro Sissoco Embalo fez questão de ausentar durante o dia da independência, e, mais vez, não houve ato oficiais do Estado. 

Enfim, os tempos continuam a ser de dor e esperança. Contudo ainda vai a tempo de construir na Pátria Imortal a Paz e o Progresso.