Como celebrar Cabral?

Como celebrar Cabral?

Como celebrar Cabral?

Como celebrar Cabral?

No próximo dia 12 de corrente mês, Amílcar Cabral vai completar os 100 anos idade. Razão pela qual fala-se em centenário de Amílcar Cabral. O mundo celebrará uma figura ímpar na luta contra o colonialismo, o imperialismo, fascismo e um defensor da primazia de liberdade sobre a ditadura. Mais, o mundo, África, comemora os 100 anos do pai e fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.

Os exemplos de Cabral são intemporais, os seus exemplos ainda servem para aqueles que inspiram um mundo mais justo e diferente. Seja no domínio da cultura, pois foi quem disse de que- a cultura de um povo, é a sua expressão mais estável. Seja no domínio do conhecimento, pois foi quem disse de que, se a África, Guiné-Bissau no caso, tem crise, não é porque indispõe de recursos naturais, ou porque falta chuva. Mas é porque tem crise de conhecimento. Por isso, é fundamental e indispensável que se produza o conhecimento, um conhecimento endógeno, ou seja, de dentro fora, para dar respostas aos problemas e desafios que existem, e salienta, isto não quer dizer propriamente, fechar-se para o conhecimento que humanidade criou para o bem do homem. Celebrar Cabral é celebrar o progresso, a justiça e igualdade.

Em Bafatá, a RENAJEL, uma congregação feminina guineense, desafiou-me a falar sobre a visão de Cabral no que toca gênero, fiz questão de lembrar de que, naquela época, na segunda metade dos anos 60, início do ano 70, nem se falava tanto no “género”, as sociedades ditas mais modernas, ainda não sabiam como lidar com a mulher, nestes países ditos civilizados e desenvolvidos, o processo que levou a mulher a ter o direito de voto foi difícil e complicado. Ao contrário de luta de Cabral, onde as mulheres estiveram em toda as fases da luta, votaram todos os documentos importantes que deram substância a independência. Votaram e foram votadas para a primeira Assembleia nacional. A questão da mulher nunca foi tratada por Cabral como coisa menor. Por isso, celebrar Cabral é sim, antes de tudo, celebrar a humanidade.

Quem ou aqueles que assim não entenderam, podem celebrar muito, mas não o Cabral.